quarta-feira, 17 de julho de 2019

Opinião sobre o Livro gosto de ti assim de Marta Gautier

Nos últimos dias andei acompanhado por um grande livro, uma obra altamente terapêutica. Gosto de ti assim, e é da psicóloga extraordinária Marta Gautier. Um suposto diário de uma mulher comum, que idealizou uma vida perfeita, um casamento de sonho, filhos muito lindos bem comportados e inteligentes. E na verdade até tinha isso, mas não sabia conviver com a sua natural insatisfação, e deixava que ela fosse patológica. E assim, vivia cheia de dúvidas, revoltas interiores, inseguranças, desvalorizando os aspectos positivos da sua vida que afinal eram muitos, valorizando as questões negativas, que deviam ser relativizadas a bem do seu bem estar emocional e de toda a sua família. Com a ajuda do psicólogo ela foi-se libertando desses ideais, e percebeu que a felicidade é um estado de espírito, e que muito do trabalho para atingirmos essa felicidade é interior, e só o próprio o pode fazer. A boa notícia é que ao fim destes 30 dias de diário, percebemos que tudo valeu a pena, ganhamos uma nova mulher, uma família renovada com mais harmonia, e o mais importante, uma mulher que aprendeu a conviver com as suas imperfeições e de quem a rodeia, percebendo assim a maravilha suprema do cultivo das relações humanas. É um livro muito muito interessante, e que será seguramente mais uma grande aprendizagem. Veja uma breve apresentação pela voz da própria autora Marta Gautier

terça-feira, 9 de julho de 2019

Sócrates Vs Campos e Cunha - a legitimidade da presunção da culpa

Fala-se muito em presunção de inocência, mas todos devemos ter também o direito a assumir com naturalidade a presunção da culpa. Ainda bem que só os juízes têm o poder de condenar e absolver pessoas, mas a opinião pública pode ajuizar com base em pressupostos extra justiça. Eu não sei se José Sócrates deve ser condenado ou ilibado. O que sei é que o seu mais recente confronto com o seu primeiro-ministro das finanças, Campos e Cunha, merece o meu mais vivo repúdio. Campos e Cunha afirmou que se tinha demitido do governo por não gostar das pressões que Sócrates lhe fizera em relação à caixa Geral de depósitos. Sócrates atirou-se a campos e Cunha com muita veemência e desmentiu categoricamente o ex-ministro, negando as pressões e afirmando que ele se demitiu porque não podia acumular o salário com uma pensão. a verdade é que a PJ descobriu na casa de Sócrates a Carta de demissão que Campos e cunha lhe enviou, onde lá estava chapada a referência à caixa geral de depósitos. Para além da mentira que já de si é grave, temos oura questão ainda mais grave. É que todas as cartas originais deveriam estar arquivadas na Assembleia da República, e não podem andar por aí a circular na casa das pessoas. Sócrates apropriou-se de um documento que embora lhe tenha sido dirigido, não lhe pertencia, e obviamente a principal motivação foi esconder dos olhares indiscretos as razões que levaram Campos e Cunha a demitir-se. Mas há mais! É que mal o novo ministro das finanças tomou posse, tratou logo de substituir a administração da Caixa. Ora se isto não são coincidências graves, então é porque acham que tudo é possível! Reitero não sei se isto é ilegal ou não, sei é que nos meus padrões de justiça este tipo de comportamentos são inaceitáveis.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Matilde uma reflexão pessoal sobre esta menina que deixou a nossa Humanidade em carne viva

Matilde é para mim uma fonte de inspiração. Como foi possível que esta Menina tão pequenina e tão Frágil tenha tido essa força extraordinária de levantar um país e gerar esta onda de solidariedade quase sem precedentes? Louvada seja esta característica dos portugueses que quando nos unimos e acreditamos em causas, somos capazes de mover montanhas, transformar a ordem natural das coisas se for preciso, só para chegarmos a onde queremos. E desta vez quisemos chegar ao número mágico, 2 milhões. Tudo para tentar salvar a vida desta heroína que oxalá vá a tempo de poder conhecer de viva voz a história dos seus primeiros tempos de vida. Tão intensos, profundos e humanamente tão ricos. Aconteça o que acontecer, Matilde já foi uma dádiva para todos nós. Ela, e também o Guilherme que infelizmente ficou pelo caminho, e todos os outros 10 meninos portugueses que têm o mesmo problema de Matilde, e que estão a ser tratados pelo nosso serviço nacional de saúde. Mas alerta! Matilde está também a gritar-nos ao ouvido que esta mobilização será provavelmente irrepetível. Primeiro porque tudo isto nasceu do desespero de uns pais que se lançaram nas redes sociais, sem saberem se o tratamento é ou não eficaz, se a Matilde tem ou não condições para receber o tratamento, ou se pode ou não viajar para os Estados Unidos. Uns pais que deviam ser acompanhados e actuar em conjunto com os médicos que obviamente querem muito salvar a Matilde. Não os condenemos! Pensemos de forma equilibrada enquanto agentes da sociedade civil, e chegaremos à conclusão que infelizmente não temos capacidade para acudir a estas doenças raras, em que os tratamentos são muito caros. E são caros entre outras coisas porque demoram muitos anos a desenvolver. São precisos cientistas, muitos técnicos, cobaias, uma estrutura muito grande que durante todo este tempo precisa do seu pão. E claro também porque o mercado infelizmente quando não tem concorrência torna-se selvagem, e as farmacêuticas podem dar-se ao luxo de literalmente fixarem o preço que quiserem. Celebremos a vida, e resistamos à tentação de a mercantilizar, embora sabendo que obviamente há coisas que não têm preço, mas tudo tem um custo. Conviver e vencer esta dicotomia é a principal missão dos geniais. E não há dúvida que Matilde foi capaz de deixar a nossa humanidade em carne viva.

domingo, 30 de junho de 2019

A falta de oportunidade da proposta para alterar a composição do conselho superior do Ministério Público

Esta proposta apresentada pelo ps e pelo PSD de alterar a composição do conselho superior do Ministério público, passando a incluir 7 políticos e 5 procuradores, ao contrário de actualmente em que os procuradores estão em maioria, é uma proposta completamente fora de tempo e de timing. Numa altura em que quase todos reconhecemos que o combate à corrupção é um dos maiores desígnios nacionais, que percebemos que temos processos complexos que abalam o regime, com antigos Primeiros-ministros, com os maiores banqueiros do seu tempo etc. com os imensos processos onde estão envolvidos políticos, com a partidarite que graça no nosso país, eu diria que percebo, no plano teórico o argumento de colocar mais gente da sociedade civil no conselho superior do Ministério Público, porque de facto ninguém controla aquele órgão, mas neste momento histórico é preciso ter cuidado com o que se mexe. Neste momento, colocar os políticos na maioria daquele órgão é muito perigoso, porque passa para a opinião pública a ideia de que são os políticos a quererem manietar o Ministério Público. Eu sei que existem muitos países civilizados onde a sociedade civil está em maioria nestes órgãos. Mas não podemos comparar Portugal com a Alemanha e os Estados unidos por exemplo. Vejam a rapidez como por exemplo se julgou o Madof,. Tanto na Alemanha como nos EUA a sensação que as pessoas têm é que a justiça funciona e rápido, não há processos que demoram anos e anos a serem decididos como aqui. São realidades completamente diferentes.

Carlos César em roda livre com falta de descaramento e ingratidão para com o BE

Carlos César já nos habituou a ser o trauliteiro mor do PS, e é inevitável não nos lembrarmos do facto de se tratar de um político que tem a responsabilidade de ser actualmente líder parlamentar da bancada do partido, mas juntando a isso tem também uma boa parte da sua família empregada na administração pública em cargos de nomeação. e não. Não lhe adianta dizer que há famílias que pela sua natureza e tradição estão mais ligadas e enraizadas na vida política. Carlos César é objectivamente um produto do amiguismo e do compadrio que empesta o nosso país, e só por isso já devemos ficar de pé atrás cada vez que ele vem tentar moralizar o discurso político. E então quando vem dizer que o BE não manda no país, já entramos no plano da pura ingratidão, porque não fosse o Bloco de esquerda o Ps não teria chegado ao governo naquele tempo histórico, e o primeiro-ministro teria sido Pedro Passos Coelho. Na verdade, é preciso não dever nada ao descaramento para usar esta abordagem, quando o Ps de Carlos César nem sequer foi auto suficiente para ganhar as eleições. Repare-se que aqui nem se pode dizer que o BE apoiou um governo minoritário. Eles patrocinaram a substituição de um governo liderado pela coligação vencedora, por outro liderado pelo partido que não ganhou, o que é um compromisso político ainda mais relevante, e inédito na nossa democracia.

sábado, 29 de junho de 2019

O circo mediático lamentável em que se transformou a demolição do prédio Coutinho em Viana do Castelo

Não quero discorrer acerca dos méritos desta demolição, até porque ela já foi amplamente discutida e decidida, mas sim abordar o momento actual, em que as autoridades querem demolir o prédio, mas 11 pessoas, 6 proprietários não saem, nem à lei da bala! E como se não bastasse, temos agora um advogado que supostamente está a defender os 11 moradores que resistem à saída das casas que foram deles, mas que entretanto foram expropriados por ordem do tribunal, num processo que já se arrasta há quase 20 anos, e em que os moradores já esgotaram todos os recursos disponíveis, com a mais recente decisão do tribunal administrativo e fiscal de Braga, que rejeitou a providência cautelar entreposta pelos moradores. Agora o advogado vem dizer que vai intentar, ou já intentou uma nova providência, Eles que em quase 20 anos não ganharam em nenhuma instância deste processo.Está bom de ver que estes habitantes estão a ser instrumentalizados. Eles receberam 200 mil euros pela sua casa. Foi aquilo que todos receberam. Recorde-se que são 105 apartamentos, e só 6 neste momento estão ocupados. Quantas expropriações de casas não foram feitas por causa de auto Estradas e afins? Quantos não foram os bairros demolidos? Certamente nesses bairros haviam habitações próprias. E depois vejamos uma questão prática. Imaginem que por qualquer motivo o tribunal agora vinha dar razão aos moradores. TERIA lógica ficarem numa casa velha com mais de 40 anos, dentro de um prédio velho desabitado, com portas arrombadas, com casas todas abertas a cair de podres, com um campo fértil para o vandalismo. Tomara eu que daqui a 20 ou 30 anos me dessem 200 mil euros pela minha casa que na altura será velha! Obviamente que todos temos de ser sensíveis à protecção da propriedade, mas neste caso passou tempo suficiente, passaram vários governos, várias autarquias e todos foram unânimes em reconhecer que era preciso demolir aquele prédio por uma questão estética e para benefício da população. Neste momento seria absolutamente incompreensível que, depois de tantos milhões gastos em expropriações, e em projectos para o novo mercado municipal, o processo ficasse ali parado, com um prédio completamente ao abandono. Imaginem se fosse uma auto estrada, um hospital, que estivesse tantos anos dependente de 11 pessoas! Aliás a própria construção deste prédio foi polémica desde o início. A construção foi decidida ainda antes do 25 de Abril, em 1973, e o município de Viana nunca concordou com o prédio, nem sequer o município do tempo do estado novo! A primeira proposta para demolir o prédio foi feita logo em 1975. A partir de 2000 houve uma conjugação de vontades entre o município de Viana e o estado, concretizada no programa Polis, que possibilitou arranjar verba suficiente para ressarcir os moradores. Por causa deste prédio, ali no centro da cidade, a destoar de todas as restantes construções, Viana do Castelo não se pôde candidatar a cidade património da humanidade.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Pequena reflexão sobre o combate à corrupção

Uma das prioridades mais prementes da nossa sociedade é o combate à corrupção. Descansem, não tenho nenhuma solução mágica!

Mas acredito que da nossa parte é preciso mais exigência e uma postura menos politicamente correcta.

Muitas vezes caímos no engodo e discutimos coisas só para boi dormir, enquanto muitos desses tipos que se habituaram a roubar e a andar constantemente em esquemas para viverem à boa vida, lá se vão desenvencilhando e com isso levam a água ao seu moinho.

Ficam nas bocas do mundo, levam socos de todo o lado e vão ao tapete, mas depois de passar a maré, voltam a entrar novamente na praça onde predominam os jogos de poder e o tráfico de influências.

E a sensação que fica é que depois da tempestade eles safam-se sempre, enquanto nós andamos aqui a discutir feitos bobinhos!

E isto entronca na outra medida que eu acho fundamental. É preciso mesmo prender essa gente.

A pior coisa que podem fazer a um tipo que rouba para ser rico e para viver uma vida cheia de mordomias é privarem-no da liberdade.

E não me venham com esse chapéu dos direitos liberdades e garantias, que neste caso deve ser visto como um inaceitável privilégio.
Porque se eu, e a grande parte do comum dos cidadãos não temos dinheiro para andar anos a fio com recursos e manobras processuais para protelar julgamentos,
então, dentro deste mais elementar e justo princípio de igualdade, deve nivelar-se o acesso à justiça pela bitola da maioria, e nunca da minoria privilegiada.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Opinião sobre o Livro - No Armário do Vaticano de Frédéric Martel..

Este é sem dúvida um livro grande, só para resistentes,
mas vale a pena conhecer o trabalho deste jornalista que durante 4 anos se embrenhou nos meandros do Vaticano, e mostra-nos a relação sistémica que lá existe com a homossexualidade.

Segundo o livro, não estamos perante uma tendência, nem um loby, mas sim de um sistema.
Ele arrisca mesmo a dizer que a maior parte da cúria Romana é homossexual,.

E as teorias avançadas pelo escritor para justificar esta predominância homossexual são profundamente antropológicas, e não terão que ver tanto com o celibato obrigatório,
mas com o facto de o sacerdócio ser um escape para muitos jovens que desde crianças sofrem com a imposição de uma sociedade maioritariamente heterossexual.

E se percebermos que essa imposição do celibato faz com que esses jovens deixem de ter de justificar a falta de atracção pelo sexo oposto,
e se juntarmos a isso o facto de, enquanto futuros sacerdotes ainda vão ter poder, quanto mais não seja moral e social, não custa metermo-nos na cabeça destes jovens
e perceber que para eles o caminho do sacerdócio pode ser altamente aliciante.

Evidentemente que estamos a falar do contexto social das décadas de 50, 60 e 70, altura em que foram formados grande parte dos membros da actual Cúria Romana.

Eu penso que este livro não deve ser encarado como sendo uma obra de fé, nem para alimentar nem para diminuir. É um relato jornalístico,.
Fruto de milhares de entrevistas, e que é profundamente mundano e humano.

sábado, 22 de junho de 2019

O monstro André Ventura

Aqui está o exemplo de um monstro político, sem entranhas de humanidade e despido do mais elementar bom censo.

O português Miguel Duarte fez parte de uma ONG que salvou milhares de pessoas de morrerem afogadas.

Eles vinham em carcaças sem nenhumas condições e eram recolhidos pela ONG do Miguel Duarte, que os levaram depois para Barcos da Polícia.

O problema é que a Itália mudou de governo e o primeiro ministro Salvini é outro monstro e decidiram que essas pessoas que ajudaram os seres humanos a fugir da morte no alto mar deveriam ser julgados por auxílio à emigração 'legal.

André Ventura também acha que era melhor deixar morrer aquela gente tona afogada do que auxiliar a emigração ilegal.

Este aborto político ainda tem a lata de dizer que vai à missa todos os Domingos.
Que lindo exemplo de Cristão este monstro está a dar. Este sujeito vai contra o próprio Papa Francisco que se tem fartado de falar no drama humano que é o facto de milhares e milhares de pessoas morrerem no alto mar.

Portanto para além de desumano este sujeito é hipócrita, porque usa o facto de ir à missa para agradar ao povo, e depois defende ideias contra a Igreja, e pior ideias contra a humanidade.

Ninguém discute a questão formal e ideológica.

O que qualquer pessoa de bom censo entende é que independentemente da nossa visão política, não podemos condenar ninguém que salvou pessoas de morrerem.

Que seria se o Doutor Aristides de Sousa Mendes vivesse nesse tempo? Ou daqueles heróis que salvaram muita gente na segunda guerra mundial, no tempo do Nazismo e que por isso ficaram na história?
Imaginem como está a ficar a nossa humanidade!

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Breve reflexão sobre a aceitação pública da deficiência em idade adulta

Peço permissão ao Miguel 7 estacas que é um grande profissional e um ser humano que eu tenho o prazer de conhecer e de quem é muito fácil gostar.

Mas como esta intervenção é pública, queria partilhar convosco uma reflexão minha mais abrangente, sobre este testemunho muito interessante,
embora altamente condicionado pelo formato do programa em questão, em que a lágrima se verte com uma tremenda facilidade. Mas de facto isto devia dar que pensar.

Reparem que este testemunho do Miguel é em tudo idêntico ao de muitos cegos tardios, que, mesmo com apoio psicológico demoram anos a fio a tomarem verdadeiramente contacto com a Bengala.
Acresce que o Miguel é figura pública e aqui já não podemos usar algumas das estratégias que se usam em relação a outros casos, que é começar a usá-la fora do seu habitat natural, onde ninguém os conheça.

Este caso é similar também a muitos outros noutro comportamento muito característico.
Têm à vontade em falar do seu problema, brincam até com isso, e creio que é uma atitude muito salutar e altamente terapêutica.
Mas até à aceitação prática demora muito tempo, e depende de um processo mental, interior que varia muito de pessoa por pessoa.
Ou então, como acontece tantas vezes, vêm à tona o instinto de sobrevivência do ser humano,
e quando somos impelidos a ser mais autónomos à força, acabamos por ultrapassar assim pela esquerda todos esses obstáculos, e desenvolvemos as nossas próprias estratégias.

Cada vez mais é importante que tenhamos exemplos de pessoas com deficiência que sejam bem sucedidas, que possam ter exposição pública e que possam ajudar a quebrar barreiras,
só assim podemos ajudar à normalização,
até porque o ser humano precisa de referências que lhe possam mostrar em concrecto até onde pode chegar.
E nesta situação essas referências a meu ver são mesmo essenciais, porque das primeiras questões que um cego tardio deve fazer é.
Afinal o que é que eu gostava de conseguir fazer na vida?
Gostava de andar sozinho?
De desempenhar com autonomia as tarefas da vida diária?
De aceder à informação?
De escrever e ler?

E depois à medida que vão surgindo essas respostas e se vai desenvolvendo a consciência que essas competências são essenciais para o indivíduo cego, vão-se desenvolvendo as técnicas necessárias. Miguel confessa a dor de não poder ver os filhos

terça-feira, 18 de junho de 2019

A postura irritantemente sonsa de Vítor Constâncio

Hoje, 18 de Junho de 2019, vamos continuar a ouvir falar muito de Vítor Constâncio, o governador do banco de Portugal entre 2000 e 2010,
que autorizou os créditos que a Caixa deu a Joi Berardo que nos fizeram perder a todos nós, 1000 milhões de Euros.

Para quem se perde no meio de tanto Papel, este dinheiro chegava e sobrava para fazer uma nova ponte Vasco da Gama.

Este é um caso que obviamente nos envergonha e revolta a todos, mas revolta sobre tudo a maneira Sonsa como Vítor Constâncio se tem comportado.

Diz que não sabia de nada e não tinha poder para impedir o crédito.
Uma maneira habilidosa de jogar com as palavras.

Ele até podia não ter poder para proibir o banco de emprestar o dinheiro ao Joi Berardo.
Mas o governador do banco de Portugal sabia que o dinheiro ia servir para que Berardo comprasse 10 por cento de outro banco, no caso o BCP.
E aí o Vítor constâncio já teve de autorizar essa compra.

Ou seja. O crédito em si, ele podia não ter força para impedir, mas bastava não autorizar que Joi Berardo comprasse os 10 por cento do Banco e o crédito ficava sem efeito.

E depois podia avisar o governo que o nosso banco público estava a fazer um empréstimo que podia ser ruinoso como veio a ser.

Podem dizer-me. Pois mas aí ele ia arranjar um sarilho com o governo.

E então.
Para que serve o Banco de Portugal?
Não é para fiscalizar os Banqueiros?

Este é daqueles casos em que temos por um lado a justiça dos tribunais e por outro o julgamento popular, e os dois podem ser antagónicos.

Ou seja, eu não sei se legalmente Vítor Constâncio cometeu crimes, mas dentro daquilo que é a minha sensibilidade e do julgamento político que faço, só posso condenar esta atitude que ajudou a que todos nós tivéssemos um prejuízo muito grande, com algo profundamente imoral.

Reparem que a Caixa, o nosso banco, vai dar dinheiro ao Berardo para que este enriqueça comprando 10 por cento de outro banco.
VÊEM como se alimentam os ricos?

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Comentário ao estudo da Fenprof, que diz que os Professores não recomendam a profissão

As conclusões deste estudo são arrepiantes.

Todos sabemos que o ambiente nas escolas é péssimo, a fazer lembrar as fábricas dos anos 30, com robôs humanos, sem emoção e sem criatividade.
A culpa não é dos professores!
Que escola queremos para os nossos filhos?

Em tempos globalmente mais difíceis, tive a graça de ser acompanhado por vários sábios, mestres que foram muito mais do que simples professores.
Só eu sei o que aprendi e o que cresci com eles! Viva eu 100 anos nunca me esquecerei que a eles lhes devo muito do que hoje sou.

E hoje, numa altura em que temos mais recursos disponíveis, os nossos filhos merecem ser ensinados em escolas que potenciem a criatividade e o talento dos profissionais.

É preciso voltarmos a encarar a educação como prioridade.

Tal como eu, também quero que os meus filhos tenham professores motivados e focados na tarefa de ensinar, orientar e ajudar a crescer para a vida e para a cidadania.

Tal como eu, também quero que os meus filhos tenham professores carismáticos, que os marquem pela vida fora.
Professores que pelos melhores motivos nunca se nos esquecem!

E a boa notícia é que eles estão à nossa frente.
Saibamos dar-lhes as condições para que eles não sejam meros funcionários administrativos, máquinas de debitar informação, e ao invés sejam humanos, profissionais comprometidos na missão de educar, que é sem dúvida das mais importantes que cada ser humano tem na vida, porque molda muito da sua maneira de ser.

Por isso, este estudo devia fazer soar as campainhas.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Uma reflexão sobre a condenação que o Papa Francisco fez à mudança de género

Hoje um amigo que me costuma seguir nas redes sociais abordou-me de forma simpática mas decidida para me dizer que não concordava com o facto de as pessoas mudarem de sexo.
E deu-me duas razões.

O estado não tem nada que pagar os tratamentos,
e o Papa Francisco tem toda a razão em dizer que isso é anti natural.
Como é que eu me atrevia a pôr em causa o pensamento do Papa Francisco?

A pergunta, feita assim de chofre, foi forte, mas não me intimidei!

Como infelizmente não tinha muito tempo para debater um assunto tão sério, deixei-lhe duas ideias, na esperança que elas fervilhem.

Se não aceitamos que alguém mude de Sexo só porque isso não é natural, como é que aceitamos um transplante de órgãos?
qual a diferença entre levar um coração de outra pessoa, um Rim, um Fígado, ou levar um Pénis, ou uma Vagina?

Quando nós nascemos, trazemos os órgãos todos.

Hoje a ciência diz-nos que se nós quisermos trocar o nosso coração que já não funciona podemos viver mais tempo.

Da mesma forma que a ciência diz-nos que se uma pessoa não gosta de ser homem ou mulher, pode mudar de sexo, e assim viver muito mais feliz.

Espero que ninguém pense que uma pessoa decide mudar de Sexo assim do pé para a mão, só porque acorda mal disposto! Só pensa
assim quem não faz ideia do sofrimento que isso é, da dureza dos tratamentos a que a pessoa tem de se sujeitar, e dos desgostos que a pessoa tem antes de perceber que quer mesmo mudar de sexo.

e a outra ideia foi por mim lançada igualmente em forma de pergunta.

Se achamos que o estado não pode pagar estes tratamentos. Como é que podemos concordar que o estado pague um tratamento de cirrose a quem bebe muito?
Ou que pague um tratamento de cancro de pulmão a quem fuma?
Pior. Como é que podemos aceitar que o estado pague a colocação de uma banda gástrica, ou uma redução de estômago a quem come muito?

Em todos estes casos a pessoa tem culpa nos seus comportamentos.

Na mudança de Sexo, a ciência diz-nos que a pessoa não tem culpa de não gostar do sexo com que nasceu.

A minha grande alegria foi que o meu amigo disse-me que nunca tinha pensado nisto, e que aquela conversa tinha sido muito importante.

Ainda bem que as ideias, ditas assim de forma muito simples, fizeram o seu efeito, que era borbulhar na sua mente.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Comentário sobre a proposta de Rui Rio de reduzir o número de deputados em função dos votos brancos e nulos

Rui Rio, presidente do PSD, lançou uma ideia genérica de reduzir o número de deputados através dos votos brancos e nulos.
Quanto mais votos brancos e nulos, menos o número de deputados,
sendo que o limite seriam os 180 que permite a constituição.

Não tenho uma opinião fechada, mas tenho muitas reservas.

Em relação aos votos nulos discordo frontalmente, porque um voto nulo pode ter várias causas, e não é possível dizer-se taxativamente que o eleitor não optou por nenhuma das soluções propostas.

E mesmo em relação aos votos brancos, os níveis de descontentamento podem ter várias causas.

Ou de facto o eleitor não concorda com nenhuma das candidaturas, o que é difícil porque elas são tantas.
Ou não concorda com o sistema de eleição, por exemplo nas legislativas.
Ou está descontente com o rumo da sociedade.

Em fim, admito que se pudessem criar mecanismos para que o voto branco tivesse consequências práticas, mas tenho dúvidas que este seja o caminho,
tanto mais que previsivelmente os partidos mais pequenos seriam os principais prejudicados, o que a meu ver não é justo.

Uma alternativa era fazer com que quantos mais votos brancos mais curta era a duração do mandato.

Aí sim. Os eleitores teriam hipótese de mudar mais vezes,
os partidos teriam de se esforçar para que os votos brancos não reduzissem muito os mandatos,
e os partidos mais pequenos continuavam a estar representados.

Acho que esta medida de relacionar a duração dos mandatos com o número de votos brancos era mais pedagógica.

sábado, 1 de junho de 2019

As propostas perigosas e perversas do PAN

Desculpem ser desmancha prazeres mas quero rebater algumas propostas do Pan que me parecem muito perigosas.

E como foi um partido que subiu muito, que há quem diga que até pode vir a fazer parte do governo, convém que leiam as ideias que eles defendem.

Acho muito perigosa a proposta de integrar no sistema nacional de saúde tratamentos como, a homiopatia, a ostiopatia, a naturopatia, e outras medicinas alternativas, que não têm qualquer base científica.

Não podemos tratar da saúde com base em meras crenças.
E obrigarem os médicos a receitarem medicamentos naturais é extremamente radical, porque estamos novamente a decidir ao arrepio da ciência.
Não é por ser um medicamento à base de plantas que passa a ser eficaz, tanto mais que como sabemos há muita coisa nas plantas que é tóxico.

Não estou a defender a proibição destas coisas, cada um tem a liberdade para se tratar como quiser, mas só em pensar na ideia que posso ir a um centro de saúde e me prescreverem um tratamento de homiopatia, fico arrepiado, confesso. NO

fundo eu penso que devemos começar a olhar com mais atenção para as ideias que este partido defende,
para votarmos de forma esclarecida e não votarmos só porque sim, só porque até está na moda.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Sou contra a obrigatoriedade do voto

Com uma taxa de abstenção tão elevada nestas europeias, devo dizer que tenho muitas dúvidas em relação ao voto obrigatório. Percebo bem, e sempre fiz campanha a favor do voto, mas a liberdade de não escolher e de não participar não deve ser retirada a ninguém, ainda que não concordemos com ela. Os números da abstenção estão aí a gritar. A demissão das pessoas em fazerem escolhas significa que não se sentiram devidamente motivadas e esclarecidas, e perceberam que o voto branco e nulo, não tem qualquer consequência prática. Não precisamos do voto obrigatório para perceber que a maioria das pessoas se divorciou e não quis participar nesta eleição. O mais importante é percebermos isso e agirmos em conformidade, e não andarmos a tentar formas artificiais de aproximar os eleitores. Todos nós aqui fomos dando conta da pobreza que foi esta campanha. É legítimo que eu obrigue as pessoas a participarem se não estão entusiasmadas? Se estes quase 70 por cento de abstencionistas fossem obrigados a ir às urnas, não teríamos uma democracia reforçada, porque estaríamos perante pessoas que iam votar contrariadas, em que cujo os votos não seriam esclarecidos, e por isso os próprios resultados poderiam ser enviesados. O exercício do direito de voto, embora esteja consagrado a toda a gente, deve ser em primeiro lugar resultado de um exercício consciente, esclarecido e convicto. E isso não deve ser imposto nem é legislável.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Não bate a bota com a predigota - Santuário não incentiva mas não proíbe andar de joelhos

O reitor do Santuário de Fátima Carlos Cabecinhas diz que não incentivam nem proíbem as pessoas de andarem de Joelhos. Será que é mesmo assim? Então ajam em conformidade! Humanamente devemos combater por todas as formas estes actos de submissão, que são profundamente anti humanos, contranaturos, e não pode haver nenhum Deus ou nenhuma Nossa senhora que se satisfaça e alegre com este tipo de sacrifícios dantescos e pré históricos. Eu sei, como diz o Senhor Reitor do Santuário, que ninguém pode proibir as pessoas de andarem de joelhos e fazerem aqueles sacrifícios Horríveis. Mas os agentes religiosos sabem do seu poder de influência e neste aspecto deviam usá-lo muito mais. Dói-me a alma em saber que há muita gente que já tem uma vida tão desgraçada e tão triste, em vez de se libertar do medo, ainda vai lá fazer aquelas coisas que só a deprimem mais, e que não podem resultar. Pois se resultassem, teríamos todos de ser Ateus, só em saber que um Deus precisava daqueles sacrifícios para atender os pedidos das pessoas. Nesse caso seria um Deus muito pior do que nós humanos, porque nenhuma pessoa equilibrada se pudesse, deixaria de atender aos pedidos dessas pessoas, e não ia exigir aqueles sacrifícios cruéis.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Há 45 anos foi o dia mais lindo

É com profunda emoção que celebro todos os anos o dia mais lindo. Fico embriagado de ternura e de comoção cada vez que me deixo embrenhar nas histórias de vida, contadas na primeira pessoa, de muitos amigos meus que ajudaram a derrubar um regime ditatorial, repressivo, velho a cair de podre, e curvo-me de assombro ante aqueles corajosos que aceitaram pagar com a carne e o sangue o preço da liberdade. O país deve muito a estes heróis, alguns tenho a graça de conhecer pessoalmente, e para todos vai o meu sincero e sentido abraço, e um muito obrigado por tudo, e só vos posso dizer que não me canso de Abril, do sonho e da utopia! Hoje deixem-me desassossegar por uma pergunta que me bateu assim de chofre e deixou-me completamente mudo. Daqui a 5 anos quem vão ser aqueles que de viva voz nos vão ajudar a celebrar Abril e testemunhar na primeira pessoa a revolução que ficou por fazer? 50 anos. É muito tempo, e por isso, temos a obrigação moral de passar para os nossos filhos e os nossos netos os ideais de Abril, as cantigas e os poemas que ajudaram a conquistar a democracia. Os eternos heróis mártires da ditadura que nunca por nunca podemos apagar da história. Que Abril seja na nossa memória colectiva recordado como um acontecimento de enorme bravura, coragem e audácia de um punhado de compatriotas que derrubou um regime de quase 50 anos e que se propôs construir um país mais justo, mais fraterno e livre. Que estes ideais perdurem durante muitas décadas e muitos séculos, e que consigamos resistir com todas as forças aos avanços dos populismos que neste tempo histórico empestam muitas democracias, e que felizmente temos conseguido manter o mais longe possível. Que nunca nos esqueçamos que foi graças às ideias fáceis que entramos na ditadura, um dos períodos mais negros da nossa história. Quando sou interpelado a olhar para o futuro, vejo a necessidade de continuar a alimentar a nossa sociedade de justiça, de educação, de paz, de saúde, de pão e de habitação, porque por muito tempo que passe, estes continuam a ser os pilares fundamentais da democracia.

domingo, 10 de março de 2019

Carnaval 2019 nas freguesias de Este

Chegaram tarde mas chegaram as máscaras à união de Freguesias de este. O dia de Carnaval pregou-nos uma partida meteorológica,, mas este Domingo regressou o bom tempo e com ele a folia. Foram 8 crianças, 13 adultos e 10 grupos que saíram da freguesia de Este São Mamede e foram em desfile até à freguesia de Este São Pedro. Para o ano o percurso far-se-á ao contrário. No recinto não faltou a alegria e a fantasia, onde também se prestou um justíssimo tributo e homenagem ao Manuel Fardeta, um homem que infelizmente despediu-se de nós à pouco tempo, e que trouxe a sua criatividade e magia a tantos carnavais, na altura em Este São Mamede, e também nos últimos anos com a junção dos 2 desfiles, Este São Mamede e Este São Pedro. Este foi o primeiro sem o Manel! As forças vivas das freguesias participaram em força, com os escuteiros de Este São Mamede a participarem com 3 grupos: os lobitos, que trouxeram mensagens de apoio aos animais, os exploradores com a série Casa de Papel, e os pioneiros com o Ginásio. A casa do povo de Este trouxe a festa dos Gatos, e o jardim de infância de Este São Mamede trouxe-nos a fantasia em forma de reciclagem. A associação de reformados do Este foi outra instituição que se fez representar. Mas os grupos criados de forma orgânica também desfilaram, nomeadamente As Populares, que nos trouxeram um cheirinho a universidade, o Fumeiro Vieira que foi distribuindo enchidos e vinho pelo caminho, e as noivas de Santo António. Foi uma tarde em que a brincar se fez história. Tivemos o primeiro Papa a celebrar um casamento em Portugal, o Papa Arrelindo. A partir de agora todos os jovens com idade superior a 90 anos vão ter desconto no ginásio. E tivemos pela primeira vez em Portugal os melhores bandidos do mundo, inspirados na popular série A casa de Papel. E como seria fantástico que todos os bandidos fossem assim. No final, ainda se tentou encontrar os vencedores através do barulho e das palmas, mas depressa se concluiu que nem com um ouvido clínico teríamos sorte. Neste Carnaval que contou com o exclusivo patrocínio da Junta de Freguesia, o Júri decidiu que na categoria crianças a vencedora foi a pintora, o segundo prémio foi para a flor de plástico e o terceiro prémio foi para as mecânicas. Nos adultos, a vitória sorrio à máscara da mota, o segundo prémio sorrio à Nuvem e o terceiro ao Doutor Boa Morte. Em relação aos grupos, foram 6 aqueles que tiveram direito a prémio. As grandes vencedoras foram as noivas de Santo António. O segundo foi para a fantasia e os enchidos do Fumeiro Vieira. O terceiro prémio foi para a casa do Povo de Este. O quarto prémio foi para os mais jovens, a associação de reformados. O quinto foi para os Lobitos, dos Escuteiros de Este São Mamede, e o sexto prémio foi para As Populares. No final, ficam para a história as mais de duas horas de diversão e a esperança de no próximo ano as máscaras se voltarem a colar às caras para mais brincadeira.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Comparar Conan Osíris com Variações uma das maiores aberrações

Enquanto consumidor de música não gosto do estilo de Conan Osíris, mas daí não vem mal nenhum ao mundo porque é apenas o meu gosto pessoal. Mas quando se o tenta comparar a António Variações, aí já estamos no campo da injustiça e da aberração, e já não é só uma questão de gosto. Comparar a qualidade poética das músicas de António Variações com as de Conan Osíris é pura e simplesmente uma heresia. Peguem no parti o telemóvel, ou noutras músicas do Conan, e depois vejam músicas como: a deolinda de Jesus, O é para amanhã, entre muitos outros exemplos. Não olhemos só pela excentricidade e pela forma de vestir. Olhemos um nadinha para o miolo, nem é preciso olhar muito, qualquer consumidor de música percebe as diferenças a olho nu. quero fazer uma ressalva. Acredito que provavelmente o Conan Osíris nem tem culpa deste tipo de comparações, e por isso isto nada tem contra ele, apenas para repor a justiça de não banalizarmos o génio António Variações, que 35 anos depois da sua morte continua a estar na berlinda como se fosse um artista da moda. O que prova que Variações foi de ontem, é de hoje, e será um cantor de sempre.

para este dia da mulher um livro especial - Confissões de Uma Médica, Sofia Serrano

Neste dia especial sugiro como não podia deixar de ser um livro de uma grande Mulher. Sofia Serrano conta-nos na primeira pessoa as suas angústias, as suas inseguranças, algumas das suas fragilidades, mas sobre tudo as suas vitórias desde jovem, até decidir ser médica. Para além de ser um livro muito bem escrito com prefácio de Mário Cordeiro, fez com que eu passasse a admirar ainda mais a missão de médico. Por vezes são precisos estes relatos para nos sensibilizar para o facto desses profissionais andarem constantemente no fio da Navalha, entre a vida e a morte, lidando com estas nuances extremas todos os dias. Uma excelente leitura de fim de semana relaxado, e com o palato literário limpo para mastigar estas confissões de uma médica.

sábado, 2 de março de 2019

Comentário ao artigo de Joana Bento Rodrigues - A Mulher, o feminismo e a lei da paridade

Joana Bento Rodrigues escreveu um artigo de opinião repugnante, em que faz a apologia da Mulher: dona de casa, moleta do Marido a ponto de não se importar ganhar menos do que ele, defende a maternidade como a principal missão da Mulher, critica o feminismo, um chorrilho de asneiras que podem ser lidas na ligação presente no final deste texto. Ao ler este artigo pensei que estava a ler um texto do estado novo, mas não, estamos a falar de uma senhora médica, do CDS e que continua vítima desses complexos machistas, que como se vê e como tenho dito, o machismo está longe de ser um problema dos homens. Ao contrário do que esta senhora escreve, a emancipação feminina veio dar à mulher o direito a viver as suas relações fora de qualquer estereótipo, e não depender do homem para lutar pela sua dignidade e valorização profissional. Dramaticamente, muitas mulheres são do mais machista que há. O que é incompreensível, porque se os machistas têm proveito, e defendem-se para não perder esse status cuo, as machistas, sentem-se confortáveis a defenderem o seu papel de vítimas, e isso confesso custa-me muito a compreender. quando se diz que a mulher gosta de ter a casa arrumada e bem decorada, e que uma das suas principais funções é cuidar das tarefas domésticas, essa não é seguramente a matriz da luta pela igualdade de género e de oportunidades. Claro que as tarefas domésticas têm de ser feitas, mas todos sabemos que grande parte desse trabalho é feito por pura obrigação, e não por gosto, por prazer. Porque em princípio quando a mulher ou o homem se podem libertar dessas tarefas, por exemplo com a ajuda das máquinas, o alívio é muito maior. É por isso que não percebo como é que esta senhora diz que este é um discurso novo. Pelo contrário! Há 50 anos é que era comum a mulher ser submissa, levar pancada quanto queria, e é por isso que ainda hoje não nos conseguimos livrar disso. A mulher não pode continuar a estar em condição inferior ao ser a retaguarda do homem para que este possa ser bem sucedido. Defender-se esse paradigma como virtude é de um masoquismo atroz. Portanto se há coisa que este discurso é, é velho! E se não fossem as tais feministas que esta senhora tanto critica, apesar de tudo a luta pela igualdade de género estava bem mais atrasada. Leia o artigo - A Mulher, o feminismo e a lei da paridade íntegra

Dia da violência doméstica da 7 de Março? Não. Não faz sentido

Discordo da opção da ministra Mariana Vieira da Silva, de instituir o 7 de Março como o dia da violência doméstica. Entendo que seria mais benéfico criar-se este dia noutra altura. Primeiro porque a essência do dia 8 de Março ultrapassa claramente as fronteiras da violência doméstica. Não podemos sequer pensar que durante 2 dias seguidos se vai falar da mesma coisa. E depois porque um dia vai acabar por anular o outro, o que é muita pena, porque havia espaço para estes 2 dias, em espaços temporais mais compassados.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Pedro Abrunhosa Vem ter comigo aos Aliados

É uma das coisas que me tem enchido a alma nos últimos dias. Mais um grande trabalho de um poeta consagrado Pedro Abrunhosa, espiritual. E este vem ter comigo aos aliados é um grande poema, com uma mensagem extraordinária de tolerância e de universalidade. E quando alguns teimam em construir muros nos mundos, eu prefiro alimentar o sonho e a utopia de um dia o mundo ser mesmo de todos os povos, em que as diferenças sejam glorificadas como expoente máximo da nossa autenticidade, e do facto de cada um de nós ser único na história.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

10 anos de Gisberta, a mulher transexual que morreu no fundo do poço

E já passaram 10 anos, desta história, que infeliz e dramaticamente continua bem viva na nossa memória colectiva e que nos grita com esta força do silêncio sepulcral da morte e do sofrimento, e nos impele a lutarmos todos os dias contra esta praga, esta chaga, esta desumanidade chamada homofobia. Não caiamos no erro de pensar que este é um problema do passado. A Gisberta, pagou com a carne o preço da diferença, e foi impedida de ser feliz por um conjunto de fracos e cobardes da sociedade que mataram Gisberta que estava numa posição francamente mais desfavorável. Ela teve uma morte horrível. Foi atirada para dentro de um posso, e ela que já estava numa decadência enorme. TINHA sida, e vivia numa barraca. Quis o destino que Gisberta, que veio para Portugal para fugir a uma vaga de homicídios em São Paulo, viesse morrer aqui ao Porto nas mãos destes verdugos selvagens, que curiosamente estavam internados numa casa Cristã, e deram expressão ao pior sentimento do ser humano, que é o ódio. Mas este ódio é ainda pior, porque é gratuito. É exercido contra os mais fracos, os diferentes, aqueles que não apresentam qualquer ameaça. Que a memória de Gisberta nunca morra, e que seja tão forte que nos ajude a terminar com o ódio e a intolerância.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Armando Vara ouvido Algemado no Parlamento? Mas então. ele não está detido?

A prova que neste país é difícil discutir com profundidade e seriedade são as discussões que se promovem semana após semana. Desta vez foi o facto de Armando Vara ir algemado prestar declarações em tribunal. Um assunto sem qualquer história, e que até a mim me faz entrar em contradição com o que escrevo! Todos assistimos ao desfile de muita gente que nem tem simpatia por Vara, a sentir a necessidade de o vir defender. Mas eu, não alinho nessa defesa, porque estamos perante uma situação em que objectivamente as forças da autoridade seriam criticadas fizessem o que fizessem. Estou mesmo convicto que muitos dos que agora criticam, falo-iam à mesma se Armando Vara não aparecesse algemado, como os outros presos. E a questão é precisamente essa. Obviamente que todos percebemos que o perigo de Vara fugir, ou de representar alguma ameaça física às autoridades é praticamente inexistente. Mas e em relação aos outros presos anónimos? Como vamos avaliar a probabilidade de haver fuga ou agressões físicas? Parece que se continua a pedir que as autoridades tenham especial cuidado quando se trata de mexer com alguém do sistema. Não pode ser! Um dos problemas deste país é a eterna cultura do respeitinho, que faz com que muita gente goze demasiado tempo do benefício da dúvida, e possa fazer todo o tipo de tropelias, só porque é poderoso, e temos de os tratar como se fossem ovos. E não me venham dizer que isto é populismo. A Armando Vara não lhe deve ser sonegado qualquer direito, mas também não lhe pode ser atribuído qualquer privilégio em relação aos demais.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Opinião sobre o livro Eu Sou El Diego, Diego Armando Maradona

Para muitos Maradona foi o jogador. O mágico, aquele que mais emoção e paixão transmitiu aos adeptos de futebol. É fácil fazer uma auto biografia de um homem com uma vida tão excêntrica e com tantas histórias para contar. Ficamos a conhecer a sua relação com as drogas, a sua versão dos acontecimentos no que respeita aos castigos que sofreu. Histórias tão excêntricas como por exemplo aquela de lhe oferecerem um carro feito de propósito para ele, e Maradona não aceitou. Maradona foi e continua a ser único, até pelas vida pública que ainda tem. Como não podia deixar de ser, este livro abre as portas da infância e dos primeiros pontapés na bola do astro. Maradona é genial e para o bem e para o mal, tem o seu nome seguramente gravado em todos os livros que se fizerem sobre a história do futebol.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A propósito das 9 mulheres assassinadas no primeiro mês de 2019 em Portugal lembrei-me do livro Vai Valer a Pena, de Joaquim Quintino Aires

Lembrei-me deste livro quando choquei com a notícia trágica dos últimos dias. Apesar de ainda estarmos no início de Fevereiro, 9 mulheres já foram assassinadas às mãos de homens com quem mantém ou mantiveram relações íntimas. 9 mulheres, no espaço de um mês. Fixem bem este número. Horrível! E não nos pode deixar quietos. Lembrei-me daquele ditado sinistro e que todos ouvimos com muita frequência e que nos diz que "entre marido e mulher não se mete a colher". Sim. Devemos decapitar este ditado. Devemos meter a colher e tudo o que for preciso. Este livro diz-nos que vai valer a pena. Ninguém nasceu para sofrer. Todos merecemos uma nova oportunidade para sermos felizes. Gostei muito de ler este livro.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Opinião sobre o livro a última criada de Salazar do jornalista Miguel Carvalho

Confesso que gosto muito de ler estes livros de certa forma históricos, para saber que enquanto país já mais podemos voltar aqueles tempos. Este livro fala muito do Portugal no fim do regime de Salazar, com base na Dona Maria, a última e eterna criada do ditador. E então é muito interessante sermos transportados para o Portugal do final da década de 60, e percebermos que à medida que Salazar ia morrendo o regime ia ficando igualmente moribundo. E a principal ilação que podemos tirar de mais este livro, é o facto de nessa altura, Portugal ser de facto um país muito pobre, em que a principal ambição das pessoas eram ser pobretas mas alegretas. Um Portugal sem ambição, sem futuro, com os jovens que, em vez de ficarem aqui a trabalhar aproveitando toda a força e energia, eram obrigados a ir combater para uma guerra estúpida no ultramar. Um Portugal que, ao contrário do que se diz, tinha uma casta de privilegiados, onde também havia corrupção, com a agravante de a maioria viver na miséria. Gostei bastante e não dei por mal empregue o tempo que passei a ler este livro, que tem duas particularidades muito interessantes. A primeira é que foi escrito por um jornalista muito competente, já com várias obras históricas publicadas. E a segunda conta com uma grande entrevista e o testemunho vivo de uma senhora que, felizmente ainda está entre nós, a Dona Rosalina Araújo, a Padeira de Favaios, que com 14 anos trabalhou com a Dona Maria no palácio do governo, e por isso ela conta muitas memórias vividas na primeira pessoa.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Ana Gomes e a defesa cega a Rui Pinto

Tenho admirado muito a postura cívica de Ana Gomes e os consequentes combates e denúncias que tem travado. É uma política que me merece todo o respeito. No entanto, desta vez não posso compreender a postura de tentar amenizar a postura de um senhor, que tendo obviamente toda a presunção de inocência que o estado de direito lhe confere, está acusado ganhar dinheiro à custo do roubo de informação. Aliás basta vermos que rui Pinto conta com a defesa de uma equipa de advogados de renome, nada barata, enquanto a ele, não se lhe conhece sequer um emprego. Vamos partir do princípio que Rui Pinto até tinha deslindado um caso de corrupção. Será admissível que ele possa exercer chantagem, e ganhar milhões com essa informação? se assim for, então estamos a admitir que uma boa polícia política é aceitável e desejável porque ao menos fica tudo sob escuta, o estado controla na perfeição todos os nossos passos, e até consegue prever possíveis crimes. é muito curiosa esta postura de uma mulher de esquerda que sabe perfeitamente que por detrás destas movimentações de Rui Pinto e possíveis cúmplices, há outros interesses muito fortes e obscuros que não são obviamente sérios, porque se fossem, então ele teria feito a denúncia pura e simples às entidades competentes e não aproveitava para ganhar a vida com um roubo. Obviamente, enquanto benfiquista, fico muito incomodado com estes factos, e com o envolvimento da instituição, pelo menos de forma mediática, nesta marmelada. Mas não vamos desculpar outro crime.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Livro a Resignação de Luís Miguel Rocha, Porfírio Pereira da Silva e Rui Sequeira. Uma decepção

Normalmente só costumo trazer aqui à minha salinha virtual os livros que gostei de ler. Este, confesso, foi em parte uma desilusão. Estava mesmo convicto que ia passar umas horas extremamente empolgantes. Sou um fã de Luís Miguel Rocha, li todos os livros que ele escreveu sobre o Vaticano, e como este foi publicado a título póstumo, com as notas do Luís Miguel Rocha e a ajuda dos 2 seus amigos, não hesitei em embrenhar-me na sua leitura. Mas ao contrário dos outros livros em que o autor nos trazia histórias reais embrulhadas em enredos e tramas asfixiantes, este livro tem de facto a história, mas o embrulho parece um empadão, difícil de mastigar, e confesso que está a ser um sacrifício dar cabo desta papa para depois chegar ao cume da história, que é a sobremesa. Que saudades deste enorme escritor que nos deixou tão cedo! Este livro, tal como o nome sugere, conta a versão de Luís Miguel Rocha da história da resignação do papa Bento XVI. Como é sabido, a versão oficial conta que foram os problemas de saúde a razão da demissão do Cardeal Ratzinger. No entanto entre a versão oficial, o que se conta nos corredores, e provavelmente a verdade, existem inúmeras nuances para contar.. E este livro dá-nos imensas pistas interessantes sobre aquilo que terão sido mesmo os reais motivos da renúncia de um homem, que, volvidos estes anos, continua felizmente entre nós, no seu estatuto de Papa emérito. Para quem se interessa por estes assuntos Vaticanistas, a leitura deste livro vale pela história, mas o enredo podia ser francamente bem melhor. Por paradoxal que pareça, este livro tem a particularidade de pôr a nu todo o talento e genialidade de um escritor que ainda tinha tanto para dar.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

opinião acerca do livro A Arte Subtil De Saber Dizer Que Se F*da

Este livro rompe muito contra a corrente do pensamento hiper positivo, da possibilidade da vida ser um mar de Rosas, e apresenta-nos uma tese quiçá mais realista. A vida é Bela, mas as coisas só acontecem quando estamos dispostos a fazer sacrifício e a desenvolver em nós capacidade de luta, de trabalho e necessariamente de sofrimento. E se pensarmos bem, o ser humano é por natureza um ser insatisfeito, e estarmos cientes desta nossa característica inata, ajuda-nos muito a entender e enquadrar as nossas emoções e comportamentos. Uma coisa que eu confirmei neste livro, e que já há muito sabia. Não são os bens materiais, o dinheiro, o poder, todas essas coisas fúteis e passageiras que nos fazem felizes. O que nos faz felizes é estarmos em paz e harmonia com a vida que temos. Portanto recomendo vivamente este livro sério, útil, isto apesar do título. " A arte subtil de dizer que se foda"!

domingo, 25 de novembro de 2018

os 40 anos do grupo Origem Tradicional

Uma noite cheia de sorrisos, de alegria, de palmas e energia positiva, na festa dos 40 anos do Origem Tradicional. Quando se junta a excelência de bem cantar e tocar a música das nossas gentes, é assim. O Espaço Vita estava praticamente repleto, em quase uma hora e meia de festa, que nem a chuva foi capaz de inibir. Nunca tinha assistido a um espectáculo neste auditório. Só vos posso dizer que fiquei agradavelmente surpreendido com as condições, e a acústica de excelência. Mas os amigos do Origem Tradicional mereceram comemorar os 40 anos com tanta gente, num espectáculo que alheou a festa, à ternura e à intimidade. Não é fácil andar tantos anos na estrada, numa postura militante, digna e muito séria na promoção da nossa cultura popular através da música que eles tão bem interpretam. Por isso só lhes posso dar inteiro o meu abraço e a minha alegria de acompanhar este percurso. Esta noite contou ainda com a participação da Associação Cultural e Festiva os Sinos da Sé de Braga, que dançaram a Tirana e o Malhão velho, e acabaram com o Malhão do souto. Um outro momento muito intimista foi a interpretação da valsa dos 40 anos. Foi um espectáculo com muita emoção à flor da pele, e terminou com toda a gente a cantar à capela em plenos pulmões a chula da Póvoa. Num final verdadeiramente autêntico e genuíno só com as nossas vozes, a nossa alegria e a nossa dança interior.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A comunicação social faz bem em criticar Bolsonaro.

José Mendonça da Cruz escreveu para o observador um artigo sobre os críticos de Bolsonaro. Um artigo infelizmente lamentável, altamente demagógico e intelectualmente desonesto. Se a direita portuguesa está a derivar para as Trumpalhadas e para as Bolsonarisses, boa viagem, nesse comboio eu não entro. Apesar dos meus 37 aninhos, ainda sou do tempo da decência política. Sou do tempo em que uma mentira dita por um político era motivo de escândalo. Não me revejo nesta política de mentir descaradamente e aos olhos de todos, em que os apoiantes até já dizem com a naturalidade de quem acha isto normal, que o tipo diz aquelas coisas maradas mas depois não vai fazer nada daquilo. Imaginem ao ponto que chegamos! E o mais caricato dessa malta é que está descontente com os políticos de agora, e depois ri-se perante políticos pouco acima de grunhos. É estranho, não é? Parecem aqueles jovens, que descontentes com a família e com a burguesia em que vivem, decidem experimentar aquela aventura altamente radical de irem combater para o estado islâmico na Síria. E depois ainda dizem que são religiosos. Bem isso é mesmo o cúmulo da hipocrisia. Primeiro usam a religião para perseguir homossexuais, transsexuais, usam-na para andar com a bíblia debaixo do braço, numa espécie de arma em punho a imporem a lei de Deus a toda a gente. E ao mesmo tempo que usam a religião para isso, metem-se em negócios com regimes déspotas, tratam seres humanos imigrantes pior do que eram tratados os leprosos no tempo de Jesus. Aí a já não lhes dá jeito seguirem os ensinamentos do mestre, pois não? Hipócritas é o que eles são. E esses são muito piores do que os outros, porque se apresentam como Messias, quando na prática são uns autênticos demónios, que ainda por cima passam aos olhos de muita gente como salvadores e bem feitores, o que os tornam muito mais perversos. A imprensa, seja a portuguesa ou de outro país qualquer, não deve deixar de contribuir para regular aquilo que são os direitos fundamentais dos seres humanos e da decência. Quando um candidato diz que por ele acabava com o congresso, quando faz a apologia do regime militar, quando diz que por ele o Lula vai apodrecer na cadeia, e que Hadad quando lá for vai ficar lá com ele, o que é isso se não fascismo? Meus caros, não é preciso vídeo árbitro para sabermos o que é o fascismo. Basta isto. Um candidato a presidente a insinuar que, uma vez eleito vai interferir na justiça, ao ponto de dizer que o seu adversário vai ser engabetado. Isso meus caros é fascismo. E a imprensa deve sonegar isso? Deve abster-se de comentar estas declarações, ainda que se ele vier a ser eleito não faça nada disso? Então as declarações não valem? Será que o homem é mesmo um tolinho, e portanto tem de se dar um desconto? E se for então ao menos diga-se a toda a gente que estão a votar num tolinho, e aí os jornais também têm de informar. leia o artigo Mentira, censura, subsídio

domingo, 14 de outubro de 2018

Ui. Alerta! Um amigo meu defendeu André Ventura!

Um sinal de alerta é quando há dias um amigo meu, que lê jornais e demonstra ser uma pessoa informada e inteligente, me vem perguntar assim de chofre o motivo de eu achar o político André Ventura nada recomendável e dizer que vou combater sem tréguas um possível partido que ainda nem foi apresentado. Respondi-lhe com muita serenidade mas uma total firmeza, que aquele político vem para ser demagógico, populista e semear desumanidade. Populista porque apresenta ideias simples de engolir à primeira vista, mas que se pensarmos nelas são ideias tolas, como por exemplo a castração química dos pedófilos. De facto ouvindo falar nisso pela primeira vez é fácil comprar essa ideia. Todos repudiamos a pedofilia, e a castração química fazia com que aquela pessoa nunca mais voltasse a cometer o crime. Só que a justiça é feita por homens e por isso falha e falha muito. E no caso da pedofilia sabemos que é fácil manipular uma criança e fazê-la mentir. Aliás, todos aqueles que se interessam por estas coisas conhecem os muitos casos de alienação parental. Crianças que são instrumentalizadas pelo pai ou pela mãe para não falarem com a outra família. E também conhecemos muitos casos de mães, que para ficarem com a custódia dos filhos acusam os pais de abusos sexuais. Há muita gente com autoridade que escreveu sobre isso, por exemplo Daniel Sampaio. Ou seja, existe um grande risco de uma pessoa ser acusada injustamente de pedofilia, e temos de dizer estas coisas claramente. Se não acreditam, leiam alguns dos muitos livros publicados sobre isso. E o problema é que a castração química é como a pena de morte, ou seja é irreversível. Se mais tarde se vier a provar que a pessoa foi condenada injustamente, já não se pode voltar atrás. Podemos discutir aumentar a pena para os pedófilos, mas uma justiça decente já mais deve prever condenações irreversíveis, precisamente porque lá está, a justiça pode falhar, e depois não há nada a fazer! É desumano porque quer acabar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Eu sei que há muita gente que confunde não gostar com proibir, mas pensemos um pouco. Duas pessoas do mesmo sexo decidem viver juntos e como não podiam casar compravam uma casa a meias. Quando uma dessas pessoas morresse metade da casa ficava para a sua família, e não para a outra pessoa que vivia com o falecido. Estão a ver a injustiça? A família que muitas vezes até abandonava a pessoa pelo facto de ela ter ido viver com outra pessoa do mesmo sexo, e como prémio ia ficar com metade da casa, e com sorte o que sobreviveu ainda perdia o direito de morar na dita casa. Com o casamento estas coisas foram resolvidas, e a lei passou a dar os mesmos direitos quer seja um casal heterossexual ou homossexual. E agora digam lá. Isso afectou-vos em alguma coisa? A mim não, nem sequer sou homossexual! Agora que acho tremendamente injusto o que acontecia antes desta lei acho! E a verdade é que andré ventura quer mexer no que está quieto e tem funcionado bem, só por causa de um capricho, de um puro e vergonhoso preconceito contra os homossexuais. Espero que agora não fiquem dúvidas porque o vou combater até ao sangue!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Há 4500 anos fomos todos substituídos aqui na Penínsola Ibérica

Ao ler esta notícia, não posso deixar de me lembrar do problema de hoje que é a natalidade. Aqui paradoxalmente temos uma realidade em que a imigração pode ser a nossa salvação. Não tenhamos ilusões. A baixa natalidade não tem só motivações económicas, há outras questões que influenciam muito mais e que tão cedo não bom mudar, e outras até que esperemos nunca mudem! Por exemplo a emancipação da mulher. É uma coisa ótima, louvável, está a acontecer e esperemos que continue porque o caminho ainda não está feito. Só que, como é óbvio isso pode ser um entrave à natalidade, porque já sabemos que a gravidez é muito exigente e faz com que se tenha de abdicar do trabalho durante muito tempo. E se com um ou 2 filhos ainda se vai conseguindo conciliar, mais pode ser difícil. E esta é uma questão em que mesmo com os apoios económicos que muitos países dão, a carreira profissional e o ter muitos filhos torna-se um conflito, e até podemos ter as mães ou os pais em casa a receber um bom subsídio, mas para quem tiver como objectivo apostar na sua carreira profissional isso não chega. Existem países que tentam resolver isto de uma forma que me parece interessante e vale a pena ser estudada. Ou seja, as licenças de maternidade têm de ser gozadas obrigatoriamente pelo pai e a mãe. Isto faz com que as empresas, na hora de contratar, não cometam a injustiça de preferirem um homem porque sabem que não engravida. Outra questão que influencia a natalidade tem que ver com a mentalidade colectiva. antigamente achava-se que ter filhos era uma obrigação. Hoje é horrível pensar-se assim. Quem não se sente com vontade e capacidade para abraçar o projecto de uma vida nem sequer deve pensar em ter filhos, e não é mal nenhum. Outra questão relacionada é que antigamente, na revolução industrial as pessoas tinham a ideia que era bom ter filhos para que quando eles crescessem pudessem trabalhar e ajudar a família. É uma ideia que hoje já não faz qualquer sentido, e ninguém vai decidir ter filhos na esperança que quando forem grandes ajudem a sustentar a casa. E claro as questões económicas também contribuem, embora eu penso que o mais dramático é termos a trágica sensação que se as coisas não mudarem, os nossos filhos vão viver piores do que nós. E isto sim é dramático e a mim dá-me um aperto medonho na alma! Saber que a minha filha não pode não ter segurança laboral, vai perder muito na protecção social. pode não ter as reformas que os avós vão ter, os pais não sabem bem e ela é capaz que não, o futuro em suma está muito perigoso, muitas coisas que nos fizeram acreditar que eram garantidas, desde logo a democracia, e que vemos que estão em perigo, isso sim deve fazer-nos pensar bem antes de termos filhos, porque é muito triste e frustrante não conseguirmos dar aos nossos filhos mais do que recebemos. E além de ser revoltante é algo que contraria toda a lógica da teoria da evolução, que para mim é a coisa mais maravilhosa na natureza e consequentemente no ser humano. Em suma e voltando ao início. O facto de recebermos gente de outros países que actualmente estão em crise, pode ser uma boa solução para resolver o nosso problema de falta de gente, desde que nós façamos os mínimos obviamente.

sábado, 22 de setembro de 2018

Uma grande entrevista de Joaquim Manuel Silva, o juiz que defende que a residência alternada é a melhor solução para filhos de pais separados

Uma conversa muito interessante que me fez pensar em muitas das ideias que tinha pré concebidas. É mesmo daquelas entrevistas que valem a pena porque abordam uma das questões mais melindrosas da nossa sociedade que é o exercício da parentalidade quando Pai e Mãe não vivem juntos. Este assunto não pode ser tabu, e tem de ser abordado sem complexos e sem rodeios pois está em causa o futuro dos nossos homens e mulheres de amanhã. Sabemos que a disputa pela custódia dos filhos é dolorosa, e muitas vezes os pais separados encaram-na como um compromisso de honra e uma forma de um ganhar superioridade em relação ao outro. A vantagem da guarda partilhada é que não há aqui nenhum sentimento de perda. Vale muito apena pensarmos nisto e esta entrevista é mesmo fantástica, porque este Juiz está a colocar a guarda partilhada no topo das prioridades, com resultados fantásticos. Joaquim Manuel Silva: "A residência alternada é a melhor solução para filhos de pais separados?

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Comendador Rui Nabeiro, um santo de carne e osso, um príncipe de Portugal, um exemplo para todos

Quando se fala nos grandes deste país, este enorme senhor certamente está na lista dos maiores que este país conheceu no século XX, e não estou a exagerar. Rui Nabeiro é daquelas pessoas encantadoras, emocionantes até, que pese embora ter sido empresário e ter trabalhado para o lucro, nunca esqueceu esta vertente humana, social, que o torna numa referência para todos nós. E numa altura em que a sociedade nos faz acreditar que empregado e empregador conflituam, aqui temos o exemplo vivo de um homem que nunca deixando de estar do lado do empregador, olhou sempre para o empregado não como um número ou como uma conjuntura, mas sim como ser humano de carne e osso. Bem haja a este grande senhor. Conta-me como és - Fátima Lopes entrevista Rui Nabeiro

domingo, 9 de setembro de 2018

Os meus sinceros parabéns e o abraço aos meus amigos do Sporting

Meus queridos amigos Sportinguistas. Enquanto Benfiquista quero enviar um sincero e fraterno abraço para todos vocês e desejar que o Sporting possa entrar finalmente na normalidade. Quero dar os mais sinceros parabéns pela forma como decorreu este acto eleitoral. A maior participação de sempre, uma mobilização record. Obviamente que queremos ganhar em campo mas espero que fora de capo possamos promover o desporto e a fraternidade. Eu sou daqueles que defendo claramente que quanto mais fortes forem os nossos adversários mais nos valoriza. E portanto só posso desejar boa sorte aos novos corpos sociais do Sporting nesta missão que certamente vai se! hercúlea.

domingo, 26 de agosto de 2018

Grande conversa Margarida Tengarrinha sobre a vida na clandestinidade

Recomendo vivamente a audição de uma conversa extraordinária, imperdível por nada deste mundo. Mesmo por nada! Adorei ouvir esta senhora, Margarida Tengarrinha, artista Plástica, uma lutadora na clandestinidade durante 20 anos, entre muitas outras coisas foi companheira do eterno José dias Coelho, o homem que foi imortalizado entre outros pelo sempre eterno José Afonso, com a morte saiu à rua. Que riqueza de vida! Que Histórias! Que fascínio e o meu enorme respeito e ternura por todos estes homens e mulheres que morreram e que sofreram na carne a brutalidade do antigo regime. É Apenas Fumaça - Margarida Tengarrinha sobre a vida na clandestinidade

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

o jogo do incêndio de Monchique e o campeonato dos incêndios

Não é preciso estarmos muito atentos para percebermos que em relação ao ao incêndio de Monchique existem questões muito estranhas, a ponto de ser público que o Mp e a PJ estão a investigar. Curiosamente o Algarve foi a zona do país em que menos se fez sentir esta Vaga de calor extremo que esteve connosco na semana passada! Por outro lado já tinham sido encontradas referências ao facto da serra de Monchique poder arder a qualquer momento. O pior que aconteceu ao país foi termos politizado de forma bem clara e evidente os incêndios. O próprio presidente da república teve grandes responsabilidades neste facto, pois foi ele quem colocou a fasquia ridiculamente alta, quando pôs em causa a sua recandidatura, caso esta época não fosse bem sucedida. PENSO que chegamos assim ao grau zero da discussão. E aquilo que tem de ser um debate apartidário, porque todos percebemos que estruturalmente Portugal tem feito muito pouco para evitar estas tragédias, passa a ser uma arma de arremesso político. E a continuar assim, se por mera hipótese hipotética tivéssemos um novo governo para o ano, cá estaríamos a fazer a classificação com base no número de golos e de pontos, como de um jogo se tratasse, em que os golos, ou neste caso os auto golos são o número de mortos e os pontos, a dimensão de fogos e ária ardida. A prova mais evidente que esta questão está altamente politizada no pior sentido do termo, e a única lógica por que se rege é a partidária e os interesses de poder dos respectivos partidos, é a ausência mediática de Marcelo Rebelo de Sousa, quer em declarações, e temos de perceber que o incêndio dura à 7 dias, e em condições normais Marcelo já se teria pronunciado um cento de vezes, e também a ausência física do lugar do fogo, que não é de todo uma prática normal do Presidente da República. E embora Marcelo venha dizer que não quer prejudicar o trabalho dos bombeiros, esta é uma decisão e consequentemente uma gestão política do caso. Estamos todos a ver para que lado vai cair o jogo. É que da maneira como ele está a decorrer, sabemos que pode descambar a qualquer momento, basta uma frente de fogo provocar a perca de vidas Humanas, o que feliz, muito felizmente ainda não aconteceu. Dá claramente a sensação que Marcelo está a à espera do fim do jogo para depois o comentar, e se for caso disso tirar ilações. Tudo isto é muito triste, e se não estivéssemos a falar de algo tão grave que causa tantos prejuízos materiais e pode custar vidas, poder-se-ia dizer que estávamos perante um combate político muito quente, mas isto é muito grave porque mexe com a vida das pessoas, e efectivamente atira para a sociedade civil uma perturbante paixão que acaba por influenciar quem sabe o comportamento de muitos sectores que indirecta e directamente vêm nos incêndios uma oportunidade política. E isso existe e deve ser dito claramente e sem medo, apoiemos ou não esta solução governativa. Mas independentemente do nosso posicionamento, há limites e fronteiras que não podemos de todo ultrapassar.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Uma postura minimalista é o segredo para a felicidade.

Já há muito que me dei conta que o caminho para ser feliz passa por adoptar uma postura muito mais minimalista, desacelerar muito o meu ritmo frenético, desapegar-me do luxo, desligar-me gradualmente do que não me interessa, concentrar-me naquilo que me dá mais gozo. Não ir muito atrás de modas nem alimentar demasiado a veia consumista, no fundo estar focado bem mais no ser do que no ter, nas relações puramente humanas, de graça e nunca nas relações interesseiras. Tenho-me dado muito bem com este tipo de opções que todos os dias tomo, sem obviamente ter a pretensão de ser perfeito. Mas pelo menos sei o caminho que quero trilhar, e isso ajuda-me todos os dias a caminhar por esta difícil, mas altamente desafiadora e fascinante estrada da vida, que eu procuro diariamente que se transforme na minha rua do prazer, onde procuro acolher quem por bem queira vir.

terça-feira, 26 de junho de 2018

enterremos a loucura de BDC e tratemos da extrema direita nas claques

Agora que o Sporting felizmente resolveu a sua saga com o bdc, receio muito bem que este se transforme num problema que nos afecte a todos nós. Não tenho informação privilegiada, mas devo dizer que esta ascensão da extrema direita às claques, a própria candidatura de Mário Machado à Juve Leo, são sinais muito preocupantes que temos de estar atentos, e que as posturas e discursos de agentes como de Bruno de Carvalho claramente fomentam. E se pensarmos que este sujeito está a lutar desesperadamente pela sua sobrevivência no palco mediático, que perdeu praticamente todos os apoios dos moderados, e que apenas vai tendo apoios da tal franja populista e demagógica que obviamente vê em Bruno de Carvalho alguém que corporiza as suas ideias perversas, não será difícil imaginar que para BDC poder continuar a ter palco, ter-se-á de fazer valer desses grupos extremistas. E se isto juntarmos a inexistência de qualquer coerência ou solidez no seu discurso e nas suas posturas, temos o campo perfeito para esta deriva. Estejamos atentos, e lutemos sem tréguas contra a boçalidade, a imbecilidade, a ideia tacitamente aceite que é natural mentir e manipular. À incoerência de quem diz uma coisa de manhã e à tarde diz outra totalmente diferente, e à mais recente desfaçatez de quem considera ser suficiente que o presidente da AG do Sporting tenha dito que se demite para que esteja demitido, e que no seu caso diz que deixa de ser sócio e 15 horas depois já diz que vai a eleições. Por mais que queiramos ser generosos não há no futebol nenhum caso tão degradante, tão manipulador e tão deprimente como o de Bruno Carvalho. Dou os meus parabéns a todos os sócios do Sporting que deram uma grande lição de democracia. Desejo duas coisas. Primeiro de coração que o Sporting se consiga levantar e já na próxima época possa lutar pelo título de igual forma com Benfica, Porto e Braga. E segundo que os sportinguistas, agora que arrumaram muito justamente com BDC tenham a inteligência suficiente para não acreditarem em tudo, e possam ter a mesma força e a mesma clarividência para não deixarem os abutres entrarem na equipa e quererem passar a maior parte do capital da Sad para os privados. Se isso acontecer, infeliz e tragicamente estamos perante uma vitória de bruno de Carvalho que sempre assumiu essa luta como sua, e aqui há que o dizer que tem toda a razão. Mas os Sportinguistas e os cidadãos em geral, devem dar esta grande lição. A de que por mais razão que se tenha, não é admissível ser-se ditador, arrogante e insolente, e a democracia, o equilíbrio, a boa educação têm de ganhar sempre acima de tudo.

O encómodo do processo Casa Pia

Estamos tão inebriados com a selecção e com o Sporting que até nos passa ao lado uma das situações que mais nos devia incomodar, que é o processo Casa Pia. Todos sabemos que este foi o primeiro grande mega processo que tivemos em Portugal, e a experiência foi a meu ver altamente negativa. Há duas semanas, Paulo Pedroso viu o tribunal europeu dos direitos humanos reconhecer que ele esteve preso injustamente. Hoje o mesmo tribunal veio dizer que o julgamento de Carlos Cruz e de João Ferreira Dinis não decorreu como devia ser, desde logo porque o tribunal rejeitou novas provas dos acusados. Já passaram vários anos, a verdade é que para o bem e para o mal, este processo destruiu parte da carreira política de Paulo Pedroso que era um dos mais promissores quadros do Ps de então, e destruiu por completo a carreira do Carlos Cruz, o senhor televisão, um dos maiores, senão mesmo o maior comunicador de sempre da nossa história. Obviamente que não é o talento das pessoas que vai fazer com que elas sejam culpadas ou inocentadas. Mas neste caso em concreto, sabe-se que houve uma altura em que se pensou que muitos poderosos eram pedófilos, e que ela estava generalizada na alta sociedade. O próprio Herman José ter-se-á livrado de complicações porque na altura em que alguém o terá acusado conseguiu provar que estava no Brasil. Tenho as minhas convicções, tenho a humildade para reconhecer que são apenas isso, convicções e que já mais elas podem valer de lei. Mas confesso que enquanto cidadão é para mim difícil ter confiança num julgamento como este, com sucessivas derrotas no tribunal europeu dos direitos do homem. Para quem esteja menos atento, estamos a falar de um tribunal que nada tem que ver com Portugal. É difícil ter confiança num julgamento que desde início ficou marcado pela fraca solidez testemunhal, com casos em que mais tarde se veio a reconhecer que houve manipulação e muito dinheiro envolvido. Ainda dentro do âmbito da pura convicção, é também difícil não acreditar que não tenham mesmo havido pedófilos. Se perante a identificação desta realidade foram realmente condenados os verdadeiros culpados? Essa é a pergunta chave que está no centro destas decisões do tribunal europeu dos direitos do homem. E agora, as consequências? Os condenados, legitimamente farão valer os seus direitos, e uma justiça na verdadeira ascensão da palavra tanto condena como absolve.

domingo, 24 de junho de 2018

JJ volta depressa

Nunca escondi que sou um fã do trabalho de Jorge Jesus a quem considero o melhor treinador do nosso campeonato nos últimos 10 anos. Ontem foi o dia em que ele deixou oficialmente o nosso futebol. Espero sinceramente que o regresso seja breve. Tenho muita pena de na próxima época não termos o Jesus no banco de suplentes. Considero que ele tem lugar em qualquer equipa portuguesa, e transformou de que maneira o nosso futebol. Jesus é daqueles treinadores apaixonantes e vibrantes e que fez as delícias de tantos adeptos com as suas equipas a praticarem um bom futebol. Temos de ser sensíveis ao facto de Jesus ter transformado para melhor os dois grandes por onde passou. Grande abraço e um enorme bem haja, para um verdadeiro homem do futebol, que respira bola por tudo quanto é poro, e que mostrou nos últimos meses ser um homem de enorme coragem, lisura e carácter.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

O choque e o horror com o ataque a Alcochete

Há muitos meses que não ficava uma hora especado em frente à tv como fiquei ontem. E como adepto do futebol devo dizer que estou absolutamente chocado com este atentado terrorista, e creio que foram passados todos os limites. Para isto acabe-se com o futebol! É evidente que este é um caso de polícia, é lógico que a violência infelizmente não se cinge apenas ao futebol, mas este caso tem contornos muito particulares e muito estranhos, e isto deve ser dito claramente. Tive oportunidade de acompanhar o discurso de Bruno de Carvalho à Sporting Tv. Um discurso frio, gélido, completamente distante do que estava a acontecer, verdadeiramente paradoxal esta postura porque ele ao longo deste tempo tem sido o presidente adepto, o homem das emoções, que é capaz de saltar e gritar com um golo, com uma vitória, que é capaz de se enervar e barafustar com uma derrota, e num caso destes não é capaz de deixar transparecer um pingo de Emoção. a meu ver é muito estranha esta atitude, devo confessar, tanto mais que se o mais chocante é o facto de nem o presidente nem nenhum dirigente ter estado ao lado dos jogadores na apresentação das queixas às autoridades, nem qualquer outra manifestação pública de apoio. É arrepiante esta ausência! Essa estranheza amplifica-se ainda mais com algumas frases que ele referiu, e que garanto não foram retiradas fora do contexto. Utilizar o termo "é chato" para uma situação com esta gravidade, é inacreditável. Mas o pior foi quando ele referiu que temos de aprender a viver com o Crime, que faz parte da vida. O que ele se esqueceu de dizer foi que um crime como este nunca tinha acontecido. Será que ele acha que agora sim eles vão começar a surgir em catadupa e está a prevenir os jogadores e equipa técnica do Sporting para se habituarem? Também não posso deixar de pegar nas declarações de Vera Ribeiro, uma figura pública que é a mulher do Rui Patrício, e que afirmou no seu Facebook algo intrigante. Os que orientaram estes e outros actos deviam meter a mão na consciência. Reitero, ela disse outros actos, e a verdade é que todos sabem, é público que o Sporting está a viver uma guerra civil. E convocar a equipa técnica, os jogadores, para uma reunião em que foram anunciadas profundas mudanças, a uma semana do jogo da final da Taça de Portugal é mesmo de quem não quer saber dos interesses do Sporting para nada, e apenas seguir uma postura de guerrilha pura. Eu sei que isso são assuntos internos do Sporting, mas as atitudes do seu presidente, que deveria ser a pessoa mais equilibrada, aquela que devia estar incondicionalmente ao lado da equipa, acabam por se repercutir no tal clima de guerra civil que se está a viver no Sporting, algo sem precedentes, pelo menos na história mais recente. Admito que Bruno de Carvalho não quisesse nem previsse um desfecho com esta gravidade, mas nem o melhor agricultor depois de cultivar o seu campo tem total controlo da colheita que vai ter,. E neste caso estamos a falar de um agricultor que deixou os campos todos a monte, e claro perante uma postura destas, só poderia colher mato e silvado. Também temos de ter a honestidade intelectual para reconhecer que não é só por se afastar Bruno de Carvalho que se resolve o problema da violência no futebol. Já há muito tempo que é praticamente impossível levar uma família a um estádio, uma criança então nem pensar. Já há muito tempo que existem sinais preocupantes e os responsáveis têm assobiado para o lado. Temos de actuar em várias frentes. Primeiro ser absolutamente implacáveis com os discursos incendiários. Depois começar a olhar com olhos de ver o problema das claques e perceber se é isso que queremos para o nosso futebol. Eu sinceramente entendo que não, e acho que as claques deveriam ser autorizadas pelos clubes, ter um número máximo de pessoas. É preferível mais claques com coreografias e formas de apoiar diferentes, do que claques gigantescas que servem para praticamente tudo menos para o seu nobre propósito que é apoiar o seu clube. Toda a gente sabe a vergonha que se passa nos estádios, basta irem com câmaras para as caixas de segurança e vê o que se lá passa, e percebem que isso não tem nada que ver com o futebol, com o jogo, com o apoio à equipa. Os clubes têm de ser muito mais responsabilizados pelas claques, porque não podem por uma questão quase que jurídica e política dizer que não apoiam claques e depois concederem acesso privilegiado aos estádios etc. A polícia sabe perfeitamente quem são as claques, e é preciso começar a criar a lista negra do adepto e proibir essa malta de ir aos estádios e obrigá-los a verem os jogos na esquadra como se fazem com os animais raivosos. Mas neste caso o tipo de tratamento não pode ser diferente. Há muito a fazer, e não podemos ficar com a ideia que isto foi um caso isolado. Admito que este caso é muito particular, tem muito que ver com a situação actual do Sporting e a postura dos seus responsáveis, mas a violência em si é sistémica e tem de ser atacada de frente, ainda que tenhamos de aproveitar este exemplo altamente infeliz.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

o dia da liberdade de imprensa

Sou muito sensível a este dia, porque infelizmente continuamos ainda a ter jornalistas presos só porque cometeram o crime de informar. Continuamos a ter jornalistas assassinados porque sabem de mais e mexeram com os poderes instalados. Por exemplo o grande vencedor do prémio de liberdade de imprensa deste ano, O fotojornalista egípcio Mahmoud Abu Zeid, conhecido como Shawkan, está preso à 5 anos no Egipto, imaginem porquê. Só porque fotografou uma matança comandada pelo tirano que hoje é o presidente daquele país. Este herói foto jornalista fotografou tudo e mostrou ao mundo tamanha crueldade de soldados armados que se meteram no meio de uma manifestação pacífica e desataram a disparar sobre civis desarmados que apenas queriam mostrar o seu descontentamento por não estarem a ser respeitados os resultados das eleições. No México foram assassinados13 jornalistas só no ano passado. Na Turquia estão centenas de jornalistas presos por delito de opinião, e outros estão no exílio.. E isto são só alguns exemplos da perseguição que tantos jornalistas têm sofrido em todo o mundo. Nós que em Portugal ainda à uma semana celebramos a liberdade, temos de ter a noção que ela ainda não chegou a todo lado, e por isso temos de continuar a luta.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

os 44 anos de Abril comemorados intensamente por mim em Braga

Ontem Abril foi comemorado com muita intensidade em Braga no salão nobre dos Bombeiros voluntários, numa cerimónia organizada pela associação cívica Fórum Bracarense. Durante cerca de 3 horas e meia partilharam-se histórias de Abril contadas na na primeira pessoa, e foi dada também voz aos mais jovens que assim puderam dar a sua perspectiva do que a história lhes ensinou sobre o dia mais lindo. Ao leme desta sessão esteve António Fernandes, que foi o responsável por este evento. A primeira grande surpresa veio logo do anfitrião, o presidente da associação humanitária dos bombeiros voluntários de Braga António Ferreira, que no dia da revolução comandou um grupo de 200 militares que estiveram no terreiro do passo e no quartel do Carmo. Revelou-nos ainda que os capitães de Abril começaram reunir secretamente sensivelmente um ano antes para prepararem a revolução. Por isso foi um testemunho muito enriquecedor de um homem que tem ainda vivas na sua memória todas as horas do dia 25 de Abril de 1974, pois passou-as todas em Lisboa no epicentro da revolução. , sendo também parte activa da mesma. A Doutora Maria do Carmo veio trazer-nos um testemunho extraordinária na luta pela igualdade de género. Foi arrepiante recordar que antes de Abril as mulheres eram tratadas como semi pessoas: Tinham de ter autorização do marido para coisas tão simples como: viajar para o estrangeiro, abrir uma conta no banco, trabalhar no comércio, usar métodos contraceptivos, e tinham de se subjugar ao homem que era o chefe de família, e nesse sentido cabia-lhe zelar por tudo o que estivesse relacionado com a vida conjugal. Nessa altura também só podiam votar as mulheres que fossem equiparadas a chefes de família, designadamente as viúvas ou as que tinham os maridos ausentes. Até a própria virgindade na altura do casamento* era motivo para que o homem pedisse divórcio por justa causa. Profissões como: Enfermeiras, hospedeiras de bordo, telefonistas ETC. só podiam ser exercidas por mulheres solteiras. As mulheres não podiam ser juízas, diplomatas, militares ou polícias. A verdade é que, segundo o testemunho de Maria do Carmo, a luta pelos direitos das mulheres continua a fazer sentido, porque apesar da lei ter mudado em quase tudo, há muitas situações que na prática continuam como na década de 70. Mesmo assim, Maria do Carmo não tem dúvida que o 25 de Abril valeu a pena e marcou o início de um tempo novo. Mas não nos podemos esquecer que ainda hoje as mulheres precisam de trabalhar bem mais do que os homens para serem reconhecidas. Manuel Ferreira deu-nos mais um testemunho muito autêntico. Ele que viveu em Lisboa desde Outubro de 1972 e tem por isso uma visão mais próxima dos acontecimentos. Pese embora essas vivências, Manuel Ferreira centrou a sua intervenção no PREC, e apresenta-nos 3 fazes distintas desse período. A primeira fase que vai desde o 25 de Abril até 28 de Setembro, dia em que se dá a tentativa falhada do general Spínola convocar uma grande manifestação em Lisboa e que culmina com a sua demissão, e a indigitação de Vasco Gonçalves. O segundo período que vai de 28 de Setembro a 11 de Março, dia da tal maioria silenciosa, em que vários spinolistas tentam um golpe de estado apoiados em parte pela direita portuguesa, e finalmente o terceiro período do Prec que culmina no 25 de Novembro. Foi uma abordagem com algum pendor político, não estivéssemos a falar de um dos combates mais ideológicos do século XX, mas permitiu-nos ficar por dentro das clivagens entre aqueles que queriam uma revolução socialista, e que ao tempo nacionalizaram bancos, seguros e outras companhias. Que quiseram fazer a reforma agrária, e por outro lado os mais moderados que não queriam a ascensão da extrema direita, mas também não queriam o país nas mãos da extrema esquerda. António Barroso foi um emigrante que nos contou a sua experiência, falando na primeira pessoa de um dos maiores dramas do estado novo. Foi interessante perceber de viva voz a admiração que regra geral os estrangeiros têm de nós portugueses. Neste evento teve também vez e voz a juventude nascida depois de 1974, e o curioso é que tivemos histórias deliciosas e inesperadas. Marco Sartei, que nasceu em 1975, recorda-se de 3 momentos. Recorda que com 5 6 anos portanto no início da década de 80 ainda se vivia um sentimento terrível anti comunista. Ele sentiu isso na pele por causa do seu pai. Outro momento que recordou foi em 1986, numa altura em que ainda não entendia nada de política, mas estava na sede do CDS de Braga a dobrar panfletos de apoio à candidatura de Freitas do Amaral e a meio da tarefa grita plenos pulmões: Cunhal, Cunhal. Uma terceira história deliciosa passa-se em 1993, altura em que Marco Sartei já tinha idade para votar, tiveram lugar as eleições autárquicas. Só que ele estava a estudar na universidade do Algarve e nesse Domingo eleitoral estava em Braga. O que aconteceu nesse dia por volta das 12 horas, foi que o seu pai o obrigou a ir com ele de Braga ao Algarve para exercer o seu direito de voto. Claro que essa foi uma viagem inesquecível pelo gesto do pai e pela conversa política interminável que tiveram durante a viagem, e marcou muita da cultura democrática que passou a alimentar desde essa altura. Luís Amaro nasceu em 1990 mas fez uma analogia curiosa. Os seus avós nasceram em 1926, 16 anos depois do 5 de Outubro. E o que é curioso é que em sua opinião, o 25 de Abril diz-me mais a ele do que o 5 de Outubro disse aos seus avós, sendo que a distância temporal que medeia os referidos acontecimentos e o nascimento dos envolvidos nesta analogia é idêntico. Luís Amaro agradece- ainda ao 25 de Abril o facto de ter tido a oportunidade de fazer dois cursos superiores, e de o país ter maravilhas como por exemplo o serviço nacional de saúde. Por falar em SNS, Armando Caldas veio precisamente falar desta enorme conquista de Abril. Como não podia deixar de ser, falou da revolução fantástica que foi a redução da taxa de mortalidade infantil, e outras evoluções extraordinárias que tivemos. No entanto mostrou-se muito preocupado porque em sua opinião a classe política nada tem feito para garantir a sustentabilidade do SNS. É que a saúde não tem preço, mas tem custos! Foi uma frase marcante da sua intervenção, em que também se mostrou preocupado contra a burocracia à qual os médicos estão sujeitos. Hoje os profissionais de saúde têm te fazer autênticos tratados, e isso faz com que se desviem da sua função principal que é a de tratar doentes. Finalmente informou-nos que este modelo de SNS que temos foi em parte copiado do modelo Inglês. Ricardo Alves foi ex deputado pelo PS e fez uma intervenção muito focada na actualidade. Mostrou-se altamente preocupado pelo facto de a escola em sua opinião não estar a formar democratas, o que é paradoxal porque no estado novo a escola formava verdadeiros fascistas desde a primeira até à quarta classe. Por isso refere que a escola pública não tem valores, ao contrário de muitos colégios privados que bem ou mal têm os seus princípios ideológicos bem vincados. Refere que um dos dramas da democracia é o descrédito dos políticos. Hoje é quase criminoso dizer-se que se é político! A verdade é que o nível de pessoas que vão para a política é cada vez mais baixo. E como se já não bastasse temos a Justiça que foi das únicas, se não a única área em que a revolução não entrou, e que não tem conseguido criar mecanismos para punir os verdadeiros corruptos. A consequência maior é que temos uma sociedade cada vez mais vulnerável aos populismos que transmitem ideias muito simples, muito superficiais, muito fáceis de absorver por uma sociedade que não quer saber da política para nada. Enquanto isso há sempre aqueles que se aproveitam do sistema, porque não tenhamos ilusões. Os políticos nunca acabarão porque haverá sempre quem queira ocupar o poder! Finalmente deixou-nos uma ideia de princípio. Um bom político tem de ter a teoria e a prática, e lutar sempre. Como não podia deixar de ser, a tertúlia foi também aberta ao público, e como as conversas são como as cerejas, as histórias foram saindo em barda, para deleite dos mais jovens que não viveram Abril de 74. Em Braga de 75 a perseguição aos comunistas foi evidente. Uma dessas histórias relata a distribuição de panfletos que apelavam aos agricultores e operários para que quando ouvissem os sinos a tocar a rebate nas suas freguesias, pegassem em Saxolas e todo o tipo de objectos que tivessem à mão para eliminar os comunistas da face da terra. Falou-se também das mortes no ultramar e pediu-se para que não esqueçamos o estado novo para que esse tempo nunca mais se repita. Contaram-se histórias muito íntimas de homens que hoje são verdadeiros democratas, mas que tiveram familiares muito próximos, que embora nunca sendo agentes da PID, apoiavam o estado novo. E o que estas histórias nos ensinam é que, mesmo assim, apesar das suas convicções políticas, não deixaram de ser homens honestos, honrados, empenhados e patriotas. Recordou-se também o célebre comício no Theatro Circo em Braga que acabou de forma abrupta com os agentes da DGS a invadirem o palco. Ainda dentro da emigração, contaram-se histórias na primeira pessoa de alguém que antes do 25 de Abril viveu no tempo do Apartheid, e que quando chegou a Braga encontrou uma cidade fechada e cinzenta. Finalmente usou-se a figura de Salgueiro Maia como um exemplo inspirador para os mais jovens eternizarem Abril. O homem que deu o peito às balas e arriscou a sua vida pela revolução. Um verdadeiro herói, que pautou a sua vida pela generosidade, desprendimento, e patriotismo. Alguém que nunca quis o poder, nem subir à custa da política. Um homem que foi tão mal tratado por muitos agentes do poder, que por paradoxal que pareça lhe devem a ele os seus privilégios. É o melhor exemplo de bondade, de sentido cívico e patriótico que podemos dar aos nossos filhos. No final do evento cantou-se a Grândola a uma só voz, sem dúvida a canção de Abril,a canção da revolução.

terça-feira, 27 de março de 2018

Que nunca morra. Linda Brown, a menina que acabou com a segregação racial nas escolas americanas

Uma senhora que começou a ficar na história ainda menina. Um exemplo de vida extraordinário que não podemos nunca apagar da nossa memória colectiva. No tempo em que esta heroína estudava os pretos não podiam ir para a escola dos brancos. HOJE parece que já nos esquecemos disto, mas convém que isto sirva de exemplo para percebermos para onde não queremos ir. Esta heroína separou-se fisicamente de nós, mas cabe-nos imortalizá-la na história.

sábado, 3 de março de 2018

Comentário à notícia - Há muitas pessoas cegas que vivem fechadas em casa a precisar de ajuda

Não são precisas estas notícias para sabermos que ainda há muitas famílias que escondem as pessoas com deficiência, que têm vergonha de as acompanhar à rua,e que as encaram como uma cruz. É com muita mágoa que o digo, mas as famílias são o grande estorvo na luta pela autonomia dos deficientes. Em vez de ajudar só atrapalham com tanto super protecionismo. lamentável. O que nos deve chocar não são estas palavras, mas sim as atitudes super protetoras que impedem as pessoas de viverem condignamente porque as castram, e reduzem a cinza a sua auto estima e a sua auto confiança. É de chorar até às lágrimas em verificar que muita gente está a vida toda em cativeiro e não se consegue libertar das amarras. A autonomia e a liberdade são difíceis de conquistar, mas a partir do momento em que as conquistamos já não queremos voltar para traz. leia aqui a notícia do Jornal Público - Há muitas pessoas cegas que vivem fechadas em casa a precisar de ajuda