Uma reflexão sobre a condenação que o Papa Francisco fez à mudança de género
Hoje um amigo que me costuma seguir nas redes sociais abordou-me de forma simpática mas decidida para me dizer que não concordava com o facto de as pessoas mudarem
de sexo.
E deu-me duas razões.
O estado não tem nada que pagar os tratamentos,
e o Papa Francisco tem toda a razão em dizer que isso é anti natural.
Como
é que eu me atrevia a pôr em causa o pensamento do Papa Francisco?
A pergunta, feita assim de chofre, foi forte, mas não me intimidei!
Como infelizmente não tinha muito tempo para debater um assunto tão sério, deixei-lhe duas ideias, na esperança que elas fervilhem.
Se não aceitamos que alguém mude de Sexo só porque isso não é natural, como é que aceitamos um transplante de órgãos?
qual a diferença entre levar um coração
de outra pessoa, um Rim, um Fígado, ou levar um Pénis, ou uma Vagina?
Quando nós nascemos, trazemos os órgãos todos.
Hoje a ciência diz-nos que se nós quisermos trocar o nosso coração que já não funciona podemos viver mais tempo.
Da mesma forma que a ciência diz-nos que se uma pessoa não gosta de ser homem ou mulher, pode mudar de sexo, e assim viver muito mais feliz.
Espero que ninguém pense que uma pessoa decide mudar de Sexo assim do pé para a mão, só porque acorda mal disposto! Só pensa
assim quem não faz ideia do
sofrimento que isso é, da dureza dos tratamentos a que a pessoa tem de se sujeitar, e dos desgostos que a pessoa tem antes de perceber que quer mesmo mudar
de sexo.
e a outra ideia foi por mim lançada igualmente em forma de pergunta.
Se achamos que o estado não pode pagar estes tratamentos. Como é que podemos concordar que o estado pague um tratamento de cirrose a quem bebe muito?
Ou
que pague um tratamento de cancro de pulmão a quem fuma?
Pior. Como é que podemos aceitar que o estado pague a colocação de uma banda gástrica, ou uma
redução de estômago a quem come muito?
Em todos estes casos a pessoa tem culpa nos seus comportamentos.
Na mudança de Sexo, a ciência diz-nos que a pessoa não tem culpa de não gostar do sexo com que nasceu.
A minha grande alegria foi que o meu amigo disse-me que nunca tinha pensado nisto, e que aquela conversa tinha sido muito importante.
Ainda bem que as ideias, ditas assim de forma muito simples, fizeram o seu efeito, que era borbulhar na sua mente.
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