segunda-feira, 27 de maio de 2019

Sou contra a obrigatoriedade do voto

Com uma taxa de abstenção tão elevada nestas europeias, devo dizer que tenho muitas dúvidas em relação ao voto obrigatório. Percebo bem, e sempre fiz campanha a favor do voto, mas a liberdade de não escolher e de não participar não deve ser retirada a ninguém, ainda que não concordemos com ela. Os números da abstenção estão aí a gritar. A demissão das pessoas em fazerem escolhas significa que não se sentiram devidamente motivadas e esclarecidas, e perceberam que o voto branco e nulo, não tem qualquer consequência prática. Não precisamos do voto obrigatório para perceber que a maioria das pessoas se divorciou e não quis participar nesta eleição. O mais importante é percebermos isso e agirmos em conformidade, e não andarmos a tentar formas artificiais de aproximar os eleitores. Todos nós aqui fomos dando conta da pobreza que foi esta campanha. É legítimo que eu obrigue as pessoas a participarem se não estão entusiasmadas? Se estes quase 70 por cento de abstencionistas fossem obrigados a ir às urnas, não teríamos uma democracia reforçada, porque estaríamos perante pessoas que iam votar contrariadas, em que cujo os votos não seriam esclarecidos, e por isso os próprios resultados poderiam ser enviesados. O exercício do direito de voto, embora esteja consagrado a toda a gente, deve ser em primeiro lugar resultado de um exercício consciente, esclarecido e convicto. E isso não deve ser imposto nem é legislável.

Sem comentários: