quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Há 4500 anos fomos todos substituídos aqui na Penínsola Ibérica

Ao ler esta notícia, não posso deixar de me lembrar do problema de hoje que é a natalidade. Aqui paradoxalmente temos uma realidade em que a imigração pode ser a nossa salvação. Não tenhamos ilusões. A baixa natalidade não tem só motivações económicas, há outras questões que influenciam muito mais e que tão cedo não bom mudar, e outras até que esperemos nunca mudem! Por exemplo a emancipação da mulher. É uma coisa ótima, louvável, está a acontecer e esperemos que continue porque o caminho ainda não está feito. Só que, como é óbvio isso pode ser um entrave à natalidade, porque já sabemos que a gravidez é muito exigente e faz com que se tenha de abdicar do trabalho durante muito tempo. E se com um ou 2 filhos ainda se vai conseguindo conciliar, mais pode ser difícil. E esta é uma questão em que mesmo com os apoios económicos que muitos países dão, a carreira profissional e o ter muitos filhos torna-se um conflito, e até podemos ter as mães ou os pais em casa a receber um bom subsídio, mas para quem tiver como objectivo apostar na sua carreira profissional isso não chega. Existem países que tentam resolver isto de uma forma que me parece interessante e vale a pena ser estudada. Ou seja, as licenças de maternidade têm de ser gozadas obrigatoriamente pelo pai e a mãe. Isto faz com que as empresas, na hora de contratar, não cometam a injustiça de preferirem um homem porque sabem que não engravida. Outra questão que influencia a natalidade tem que ver com a mentalidade colectiva. antigamente achava-se que ter filhos era uma obrigação. Hoje é horrível pensar-se assim. Quem não se sente com vontade e capacidade para abraçar o projecto de uma vida nem sequer deve pensar em ter filhos, e não é mal nenhum. Outra questão relacionada é que antigamente, na revolução industrial as pessoas tinham a ideia que era bom ter filhos para que quando eles crescessem pudessem trabalhar e ajudar a família. É uma ideia que hoje já não faz qualquer sentido, e ninguém vai decidir ter filhos na esperança que quando forem grandes ajudem a sustentar a casa. E claro as questões económicas também contribuem, embora eu penso que o mais dramático é termos a trágica sensação que se as coisas não mudarem, os nossos filhos vão viver piores do que nós. E isto sim é dramático e a mim dá-me um aperto medonho na alma! Saber que a minha filha não pode não ter segurança laboral, vai perder muito na protecção social. pode não ter as reformas que os avós vão ter, os pais não sabem bem e ela é capaz que não, o futuro em suma está muito perigoso, muitas coisas que nos fizeram acreditar que eram garantidas, desde logo a democracia, e que vemos que estão em perigo, isso sim deve fazer-nos pensar bem antes de termos filhos, porque é muito triste e frustrante não conseguirmos dar aos nossos filhos mais do que recebemos. E além de ser revoltante é algo que contraria toda a lógica da teoria da evolução, que para mim é a coisa mais maravilhosa na natureza e consequentemente no ser humano. Em suma e voltando ao início. O facto de recebermos gente de outros países que actualmente estão em crise, pode ser uma boa solução para resolver o nosso problema de falta de gente, desde que nós façamos os mínimos obviamente.

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