terça-feira, 9 de julho de 2019

Sócrates Vs Campos e Cunha - a legitimidade da presunção da culpa

Fala-se muito em presunção de inocência, mas todos devemos ter também o direito a assumir com naturalidade a presunção da culpa. Ainda bem que só os juízes têm o poder de condenar e absolver pessoas, mas a opinião pública pode ajuizar com base em pressupostos extra justiça. Eu não sei se José Sócrates deve ser condenado ou ilibado. O que sei é que o seu mais recente confronto com o seu primeiro-ministro das finanças, Campos e Cunha, merece o meu mais vivo repúdio. Campos e Cunha afirmou que se tinha demitido do governo por não gostar das pressões que Sócrates lhe fizera em relação à caixa Geral de depósitos. Sócrates atirou-se a campos e Cunha com muita veemência e desmentiu categoricamente o ex-ministro, negando as pressões e afirmando que ele se demitiu porque não podia acumular o salário com uma pensão. a verdade é que a PJ descobriu na casa de Sócrates a Carta de demissão que Campos e cunha lhe enviou, onde lá estava chapada a referência à caixa geral de depósitos. Para além da mentira que já de si é grave, temos oura questão ainda mais grave. É que todas as cartas originais deveriam estar arquivadas na Assembleia da República, e não podem andar por aí a circular na casa das pessoas. Sócrates apropriou-se de um documento que embora lhe tenha sido dirigido, não lhe pertencia, e obviamente a principal motivação foi esconder dos olhares indiscretos as razões que levaram Campos e Cunha a demitir-se. Mas há mais! É que mal o novo ministro das finanças tomou posse, tratou logo de substituir a administração da Caixa. Ora se isto não são coincidências graves, então é porque acham que tudo é possível! Reitero não sei se isto é ilegal ou não, sei é que nos meus padrões de justiça este tipo de comportamentos são inaceitáveis.

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