domingo, 24 de fevereiro de 2019

10 anos de Gisberta, a mulher transexual que morreu no fundo do poço

E já passaram 10 anos, desta história, que infeliz e dramaticamente continua bem viva na nossa memória colectiva e que nos grita com esta força do silêncio sepulcral da morte e do sofrimento, e nos impele a lutarmos todos os dias contra esta praga, esta chaga, esta desumanidade chamada homofobia. Não caiamos no erro de pensar que este é um problema do passado. A Gisberta, pagou com a carne o preço da diferença, e foi impedida de ser feliz por um conjunto de fracos e cobardes da sociedade que mataram Gisberta que estava numa posição francamente mais desfavorável. Ela teve uma morte horrível. Foi atirada para dentro de um posso, e ela que já estava numa decadência enorme. TINHA sida, e vivia numa barraca. Quis o destino que Gisberta, que veio para Portugal para fugir a uma vaga de homicídios em São Paulo, viesse morrer aqui ao Porto nas mãos destes verdugos selvagens, que curiosamente estavam internados numa casa Cristã, e deram expressão ao pior sentimento do ser humano, que é o ódio. Mas este ódio é ainda pior, porque é gratuito. É exercido contra os mais fracos, os diferentes, aqueles que não apresentam qualquer ameaça. Que a memória de Gisberta nunca morra, e que seja tão forte que nos ajude a terminar com o ódio e a intolerância.

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