sexta-feira, 10 de agosto de 2018

o jogo do incêndio de Monchique e o campeonato dos incêndios

Não é preciso estarmos muito atentos para percebermos que em relação ao ao incêndio de Monchique existem questões muito estranhas, a ponto de ser público que o Mp e a PJ estão a investigar. Curiosamente o Algarve foi a zona do país em que menos se fez sentir esta Vaga de calor extremo que esteve connosco na semana passada! Por outro lado já tinham sido encontradas referências ao facto da serra de Monchique poder arder a qualquer momento. O pior que aconteceu ao país foi termos politizado de forma bem clara e evidente os incêndios. O próprio presidente da república teve grandes responsabilidades neste facto, pois foi ele quem colocou a fasquia ridiculamente alta, quando pôs em causa a sua recandidatura, caso esta época não fosse bem sucedida. PENSO que chegamos assim ao grau zero da discussão. E aquilo que tem de ser um debate apartidário, porque todos percebemos que estruturalmente Portugal tem feito muito pouco para evitar estas tragédias, passa a ser uma arma de arremesso político. E a continuar assim, se por mera hipótese hipotética tivéssemos um novo governo para o ano, cá estaríamos a fazer a classificação com base no número de golos e de pontos, como de um jogo se tratasse, em que os golos, ou neste caso os auto golos são o número de mortos e os pontos, a dimensão de fogos e ária ardida. A prova mais evidente que esta questão está altamente politizada no pior sentido do termo, e a única lógica por que se rege é a partidária e os interesses de poder dos respectivos partidos, é a ausência mediática de Marcelo Rebelo de Sousa, quer em declarações, e temos de perceber que o incêndio dura à 7 dias, e em condições normais Marcelo já se teria pronunciado um cento de vezes, e também a ausência física do lugar do fogo, que não é de todo uma prática normal do Presidente da República. E embora Marcelo venha dizer que não quer prejudicar o trabalho dos bombeiros, esta é uma decisão e consequentemente uma gestão política do caso. Estamos todos a ver para que lado vai cair o jogo. É que da maneira como ele está a decorrer, sabemos que pode descambar a qualquer momento, basta uma frente de fogo provocar a perca de vidas Humanas, o que feliz, muito felizmente ainda não aconteceu. Dá claramente a sensação que Marcelo está a à espera do fim do jogo para depois o comentar, e se for caso disso tirar ilações. Tudo isto é muito triste, e se não estivéssemos a falar de algo tão grave que causa tantos prejuízos materiais e pode custar vidas, poder-se-ia dizer que estávamos perante um combate político muito quente, mas isto é muito grave porque mexe com a vida das pessoas, e efectivamente atira para a sociedade civil uma perturbante paixão que acaba por influenciar quem sabe o comportamento de muitos sectores que indirecta e directamente vêm nos incêndios uma oportunidade política. E isso existe e deve ser dito claramente e sem medo, apoiemos ou não esta solução governativa. Mas independentemente do nosso posicionamento, há limites e fronteiras que não podemos de todo ultrapassar.

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