A páscoa da fraternidade e dos afectos
Texto da minha autoria que escrevi durante o dia de ontem, e que hoje partilho convosco A verdadeira ressurreição que hoje acontece no mundo, são os reencontros, a partilha dos afectos, a fraternidade, o companhirismo, a camaradagem. Quando se diz Cristo ressuscitou, devia antes dizer-se, a humanidade ressuscitou! A partir de agora já podemos entrar na casa do vizinho, do amigo, do familiar, do conhecido, e abraçarmo-nos todos uns aos outros, numa intensa e fecunda comunhão, com genuína alegria e satisfação, e comermos todas, todos numa gigante mesa partilhada universal. A partir de agora o alimento não é meu, não é teu, é da humanidade, e todos podemos comê-lo à medida das nossas necessidades. Agora finalmente somos homens e mulheres seguidores, seguidoras de Jesus, e vamos estar sempre com os excluídos, com os povos, os pobres, com aqueles e aquelas que não têm vez nem voz. Seremos companheiros, e criaremos uma família comum. Hoje, morreu a ganância, a vaidade, a insensibilidade, a desumanidade. Todos nós nascemos de novo, imbuídos no espírito de Jesus, não no do Deus milagreiro, o deus fora do humano, mas o Jesus histórico, o Jesus Homem tão humano como nós. O jesus nosso irmão, que nos veio apresentar o paradigma do humano. Esta páscoa vai ficar na história, porque marca o ponto de partida para uma nova humanidade, capaz de acolher e tratar bem todos os seus filhos sem excepção. E este dia, em que todos entram nas casas uns dos outros sem serem convidados, nem pedirem autorização, e são bem recebidos pelos anfitriões com um sorriso nos lábios, e a gratidão de quem quer que a sua casa seja o mais frequentada possível. Este dia em que todos nós nos encontramos na rua, em que convivemos e interagimos como irmãos mesmo entre pessoas que mal se conhecem, será o primeiro dia do resto da nossa vida. E agora o mundo será muito mais feliz. O que verdadeiramente mata: é esta falta de afecto, esta indiferença, que nos torna tristes, deprimidos, anti sociais, gananciosos, egoístas, pequenos monstros. Mortos. Andamos e falamos, mas estamos mortos nas nossas entranhas de solidariedade. Mas ao ressuscitarmos, e tornarmo-nos homens e mulheres outros, conseguimos vencer essa morte e
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