terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mártir São Sebastião celebrado em Este São Mamede Braga

O São Sebastião, é o maior evento festivo que se realiza na freguesia de Este São Mamede em Braga. Por isso, todos os anos, sempre por volta da terceira semana do mês de Janeiro, acontece festa rija, e São Mamede fica muito mais bonito, animado e unido em torno da homenagem a este mártir que nunca renegou a sua fé cristã.
Inspirados por este exemplo de vida e de fé, uma grande parte dos habitantes de São Mamede procuram seguir ao seu jeito este exemplo, dando corpo a um vasto conjunto de manifestações religiosas.
Neste fim de semana, o tempo esteve absolutamente extraordinário. Considerando as condições climatéricas que se costumam fazer sentir nesta altura do ano, era impossível pedir que estivesse melhor.
Foi um regalo desfrutar de uma temperatura a rondar os 18 graus, de um sol muito quente, de um céu magnífico, uma dádiva sem preço, que todos devemos agradecer e contemplar.
Sem dúvida que a natureza esteve esplêndida, e deu um larguíssimo sorriso de agradecimento pelo trabalho da comissão de festas, pela coragem deste povo, pela capacidade de organização, e sobre tudo pelo empenho de todos, em fazer destas festividades um momento grandioso na vida de Este São Mamede.
A Tarde de Domingo começa muito cedo. Por volta das catorze horas iniciam-se os preparativos para a grandiosa procissão. E foram muitos os que nela participaram. A fanfarra, os escoteiros, os membros das restantes congregações religiosas, e sobre tudo as largas centenas de fiéis que fazem questão de participar activamente nesta cerimónia, para assim melhor dignificarem São Sebastião e também a freguesia em geral.
A procissão, iniciou-se às 14 e 45, e demorou 45 minutos onde se percorreu um pequeno trajecto, o que demonstra bem a quantidade de homens e mulheres que nela participaram.
Aqueles que apenas decidiram ficar a ver, apercebem-se da chegada da procissão através dos bombos e das caixas dos músicos que compõem a Fanfarra da terra. Na ponta da fila, vem a tradicional Banda de Música de Cabreiros, sem dúvida a banda mais conhecida da Cidade de braga, e que há muitos anos a esta parte vai ao São Sebastião a Este São Mamede.
Depois da procissão, assistimos a uma comunicação, que os mais generosos chamam de sermão, mas que de Sermão só mesmo o nome! De resto há que dizer a bem da minha consciência que foi altamente confrangedora a pobreza, a monotonia, a falta de conteúdo, a falta de convicção do orador, e a banalidade de tudo aquilo que foi dito naqueles 15 minutos que parecia que nunca mais acabavam.
Este povo merece muito mais. Não conhecendo a pessoa que estava a usar da palavra, pareceu-me que estava ali a dizer um conjunto de frases feitas, de banalidades sem nexo, mas pior do que isso, sem o mínimo entusiasmo. Parecia que estava ali porque tinha de ser, porque lhe pagaram para dizer aquilo.
Parecia que estava ali porque é tradição, porque o povo quer que no final da procissão alguém diga alguma coisa, e mesmo que essa coisa seja igual a nada, o que é importante é ter ali alguém a que muitos, muito benevolentes com certeza ousam chamar de pregador.
Isto que me foi dado a ouvir não é nada! É o cumprimento de um rito sem qualquer fundamento, e garanto que no final praticamente ninguém percebeu a mensagem que o orador quis transmitir. E se as pessoas não assimilaram a imagem a culpa não pode ser assacada a elas, mas sim a quem deveria preparar melhor a comunicação, e sobre tudo ser esclarecedor, construtivo, didáctico e instrutivo. E foi tudo isso que não aconteceu.
Creio mesmo que a única coisa útil que ali se disse foi a menção aos elementos da comissão de Festas, que bem merecem este destaque.
Fiquei admirado como é que num Domingo de tarde tão cedo, tanta gente se predispõem a participar numa procissão. Sem dúvida que os habitantes de São Mamede gostam mesmo destas festividades, e esforçam-se muito para as levar a bom porto, e não há dúvida que isso é de louvar.
Depois da componente religiosa, continua a festa, obviamente noutros moldes, mas não deixa de ser Festa.
Aliás, a este respeito à que salientar um facto muito relevante. Apesar de o programa se iniciar muito cedo, a tarde é praticamente toda preenchida. Que não se fique com a ideia que há muitos tempos mortos.
A banda de Música brindou-nos com uma pequena actuação, e enquanto isso 3 amigos palhaços percorreram o recinto dando muita alegria àquela pequenada que lá estava. Foi de facto uma excelente ideia.
Depois da banda de música, foi a vez do Rancho folclórico de Este São Mamede alegrar toda a aquela multidão. Para azar deles o som não os favoreceu nada. Só no final da quarta música é que perceberam que o som dos instrumentos estava a empestar o recinto, e as vozes pura e simplesmente não se ouviam.
Também gostei da voz do apresentador. Sinceramente acho que consegue colocar muito bem a voz, tem uma dicção muito boa, perfeitamente perceptível, o que por vezes não acontece com outros ranchos folclóricos, em que o apresentador dá uma má imagem da colectividade. O Rancho de este são Mamede tem a sorte de ter alguém que consegue fazer uma apresentação em condições.
Deixo no entanto uma ressalva, que penso que é importante corrigir. Não conhecendo a pessoa em causa, acho que se repete muito nas frases e nas ideias. Uma sugestão seria preparar os textos antes das actuações, e ser mais breve na apresentação das danças. Creio que esta repetição podia ser melhorada, porque é uma pena que uma voz bem colocada e com as pausas correctas, fique ali a dizer várias vezes a mesma coisa.
Gostava muito que este aspecto fosse corrigido. De resto ao nível da apresentação está bom.
Depois disto, eis que chegou a hora de actuar aquele que na opinião generalizada de todos era a figura de cartaz. Falo, pois claro de José Malhoa.
José Malhoa animou as várias centenas, senão milhares de pessoas que enchiam por completo o recinto da festa. De facto estava mesmo muito público!
Mostrou-nos algumas músicas do seu último trabalho. Como não podia deixar de ser a morena do Kuduro, o pega Fogo, o já que te vais, e o inevitável ai se eu te pego, que não é dele, mas que José Malhoa decidiu gravar no seu último single.
Também apresentou algumas músicas mais antigas, daquelas que ficaram na história da sua carreira, como foram os casos do Para ti Madalena, as 24 Rosas, e o amor de verão.
Os concertos de José Malhoa têm algumas características que eu particularmente aprecio.
A qualidade do som é fantástica. Creio mesmo que dentro dos artistas que fazem música deste género, José Malhoa apresenta uma qualidade de excelência. É aquilo que se pode chamar de um som quase perfeito.
Também tem uma boa banda. Creio que neste particular José Malhoa teve a inteligência de juntar os seus músicos de sempre com músicos brasileiros, e sem dúvida que isso aumentou muito a qualidade das orquestrações que o artista apresenta nos seus espectáculos.
Também estes muitos anos de experiência permitem que José Malhoa possa estar muito à vontade com o público, e isso faz com que a interacção tenha sido fantástica.
Como não podia deixar de ser, não faltou a homenagem mais que justa à grande comissão de festas que teve um trabalho muito árduo, por vezes ingrato, mas que está de parabéns por esta grande celebração em honra de São Sebastião.
Estes 24 homens e mulheres foram bravos, e uma vez que para o ano cabe-lhes voltar a fazer esta Festa, desejo-lhes sinceramente muita coragem, muita sagacidade, muita energia, força e determinação, porque São Mamede merece o seu esforço.
O espectáculo acabou por volta das 20 e 15, e mesmo apesar do adiantar da hora não estava frio, o que é extraordinário se tivermos em conta que estamos em Janeiro.
Finalmente, houve apenas lugar para uma sessão de fogo de artifício que durou 15 minutos, terminando a festa por volta das 20 e 30.

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