quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O aumento do salário mínimo

Em 2006, foi assinado entre o governo e a concertação social um acordo que permitia termos o salário mínimo em 500 euros já no ano de 2012.
Só que, ao que parece, este acordo não é para respeitar, e sob a capa da crise esse aumento fica para às calendas gregas, talvez quando a troika deixar!
O curioso em tudo isto é que este governo que afirma categoricamente que os compromissos com a troika são para cumprir, o mesmo já não sucede com o compromisso com os parceiros sociais. Que bonita forma de estar! No meio de tanta incoerência quem fica prejudicado é mais uma vez o trabalhador mais pobre porque tinha depositado a esperança de ver melhoradas às suas condições de vida e agora percebe que tudo fica na mesma.
O argumento mais incoerente que eu vi utilizar, foi o de que o aumento para os 500 euros ia criar dificuldades acrescidas aquelas empresas que viviam muito do pagamento de salários mínimos, que com um aumento dos 485 para os 500 arriscavam-se a fechar.
Sejamos sinceros e deixemo-nos de hipocrisia! Os 15 euros a mais de salário mínimo correspondem em números redondos a 3 por cento de aumento. Como se pode estar preocupado e ter medo que às empresas entrem em falência com este encargo adicional, se o mesmo governo decidiu aumentar o IVA da electricidade dos antigos 6 para 23 por cento?
Quem pagava 100 euros mensais de luz vai passar a pagar 115.62. Já viram a diferença?
Por curiosidade, se a factura da luz fosse de 485 euros como é o salário mínimo ela tinha um aumento de 75,757 euros, isto significa que a factura passaria a ter um valor de 560.757. Não era bom que o salário aumentasse assim em percentagem como aumentou a factura da luz?
Sejamos sérios. O discurso da crise embora de facto justifique muita coisa não pode servir como desculpa para tudo. E eu espero que hajam laivos de bom senso, e que se aumente o ordenado mínimo nos tais cerca de 3 por cento, aproximando-o assim paulatinamente de valores mais condizentes com o mínimo de dignidade humana.
porque meus caros. Se fazem tanta questão de apregoar aos quatro ventos que os acordos são para cumprir, então cumpram também este que inclusive já tem vários anos.
Ou será que o único acordo que interessa mesmo cumprir é o da troika? Que é que esse tem a mais do que os outros? Se não é para cumprir acordos, então que se mande igualmente às ortigas o acordo com quem tanto quer o nosso sacrifício. Não estou a defender que se rasgue o acordo com a troika! Só defendo é que se se faz tanta questão em cumprir esse acordo, que se cumpram também os outros.

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