A proposta de imposto sobre o fast food.
Devo reconhecer que me fascinam ideias arrojadas, e rega geral gosto de pensar nelas, mesmo que depois nem sequer lhes dê a minha concordância.
Foi o caso desta proposta do bastonário da ordem dos médicos, de criar um imposto especial para o fast food.
Os argumentos são simples, mas extremamente duros e cruéis.
Como a comida de plástico é altamente nefasta para a nossa saúde, aqueles que abusam dela, vão previsivelmente recorrer mais vezes aos médicos.
Seria como que uma compensação. Já que o fast food é prejudicial, esta medida teria dois objectivos. Primeiro, desincentivar o uso deste tipo de alimentação, e segundo, ajudar a financiar o serviço nacional de saúde. À partida, dá a ideia que se trata de um tiro que mata dois coelhos.
No entanto, creio que estamos aqui a entrar num campo demasiado perigoso, porque se a comida de plástico é nefasta, não faltam exemplos de alimentos pouco amigos da nossa saúde. Não sei como se poderia taxar o fast food, e não se taxavam os enchidos, os chocolates etc.
Se tivermos em conta o facto de o vinho pagar iva reduzido, e do mal que ele faz quando consumido em excesso, creio que está tudo dito! E creiam que infelizmente o consumo exagerado do vinho é bem mais nefasto para a nossa sociedade, do que o fast food. É que o Vinho , para além de fazer mal à nossa saúde, retira a capacidade de pensar e agir a quem o consome, e muitas desgraças têm havido por causa do vinho.
E há outro aspecto importante. É que se por um lado temos os produtos altamente calóricos como são as batatas fritas, amburguers, etc. também temos as saladas, sopas e afins. E existem ainda as sandes, que são aqueles alimentos que não fazem lá muito bem, mas caramba, não exageremos!
O que seria então tributado? Seria tudo? Seriam só as batatas e os ambuergueres e derivados? Penso que este caminho nos levaria a um fundamentalismo perigoso e nada recomendável, porque de entre outros problemas, teríamos de condicionar os hábitos alimentares das pessoas através dos impostos, e aí lá se iam as tripas à moda do Porto que como todos sabem são muito gordurosas, a feijoada à transmontana que também é muito pesada, o próprio cozido à portuguesa, em fim, tantos e tantos pratos que são óptimos, mas que não os podemos saborear muitas vezes seguidas porque fazem mal ao nosso organismo!
É curioso que estou a escrever este texto, no momento em que a RTP está a transmitir o programa que vai atribuir as sete maravilhas gastronómicas, e se abusarmos do leitão da Bairrada, da alheira de Mirandela, do arroz de marisco, e em parte dos pastéis de Belém, é muito Normal que tenhamos de fazer algumas visitas ao médico.
Tudo bem que todos estes pratos são deliciosos, mas é preciso que sejam degustados com muita moderação. O mesmo se passa com o fast food, isto para quem gostar é claro!
É que aqui até existe uma nuance curiosa. Muita gente que recorre ao fast food, fá-lo porque não tem tempo para cozinhar, enquanto eu pelo menos quando vou saborear um destes pratos maravilhosos, é quando tenho tempo, e regra geral vou porque quero!
Por paradoxal que pareça, hoje Domingo, ainda não sei muito bem o que vou almoçar, se um bom cozido, ou fico-me pelo fast food.Estou mesmo a falar a sério, é que não sei mesmo!
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