Espectáculo que realizei em Canelas no Alto de São Pedro dos Pegoreiros.

Neste dia 29, festejamos o São Pedro, o último santo popular.
Em Canelas, concelho de Penafiel, é a segunda maior festa da freguesia, e tem lugar num local absolutamente fantástico. Um alto que se chama São Pedro dos Pegoreiros, e que é um belo paraíso na terra.
É um local em que até o ar que se respira, parece ser muito mais leve e saudável.
E foi assim, um pouco mais perto do Céu, que tive a honra de realizar mais um espectáculo de música e animação.
A noite estava óptima.
Cá em baixo, no centro da freguesia, fazia imenso calor, e como no alto de são Pedro a temperatura costuma ser mais baixa entre 5 a 10 Graus, sentia-se uma brisa muito suave, que até se tornou agradável, e deu para refrescarmos um pouco do calor que trazíamos no corpo.
Este ano foi a primeira vez que a comissão de festas decidiu trazer música para as celebrações do dia 29 de Junho, o dia do São Pedro, já que regra geral, neste dia apenas se celebrava a Missa, e a componente do espectáculo ficava para o fim de semana seguinte.
Desta vez, achou-se por bem trazer a música para este dia, o que fez com que o meu espectáculo tivesse duas partes distintas.
Uma um pouco antes da Missa, cerca de 30 minutos, onde pude fazer digamos assim um aquecimento! O público ouviu um conjunto de músicas conhecidas que todos puderam cantar.
Músicas como a chula da liberação, o chora carolina, o menina bonita, o há festa na minha aldeia com que iniciei o concerto, fizeram a transição entre a primeira parte e a Missa que se iniciou às 21:00 H.
Nesta primeira parte a dança ficou relegada para segundo plano, pois não fazia sentido termos um espectáculo de dança e festa em demasia, e uns minutinhos depois as pessoas estarem recolhidas na capela a celebrarem a Missa.
Por isso, achei que devia interpretar músicas do povo, sempre deixando a ideia que a segunda parte do espectáculo, ou seja, logo depois da componente religiosa, seria bem diferente, e aí toda a gente podia e devia divertir-se bastante, tentar pelo menos naquele pedacinho da noite, relegar as amarguras da vida para segundo plano, não querendo anestesiar o público, mas sim animar, o que é bem diferente.
A segunda parte correu muito bem. Comecei por referir que apesar de amanhã ser dia de trabalho para muita gente, estaríamos ali o tempo que as pessoas quisessem. Esta festa é do povo, e o artista é um dos imensos canais de transmissão da alegria, animação e entusiasmo.
O público é sem dúvida a componente mais importante e central de cada espectáculo.
Comecei com um registo popular e animado:
O Pião das nicas, a portuguesa bonita, o vamos ao Céu.
De seguida apresentei mais 4 cantigas dentro do mesmo registo:
O vamos celebrar a amizade, que deu o mote para fomentar o espírito de camaradagem em todos nós, e que me permitiu dizer que o homem só vive com amigos, companheiros e camaradas, o 24 amores, o zumba na caneca, e o cantigas da rua.
E fui prosseguindo com um espectáculo bem disposto, em que o público participou com as palmas, as gargantas, a dança, e a alegria contagiante.
Apesar de ser uma Quarta Feira, compareceram mais amigos e amigas do que a comissão estava à espera, e mesmo assim ainda tive com esta boa gente durante 90 minutos, o que apesar de tudo me deu a sensação que podíamos estar mais, não fosse o facto de muita gente ter vindo de autocarro, e ter havido uma hora para regressar.
Tinha planeado mostrar mais alguns viras e malhões, mas de facto a verdade é que muita gente no dia seguinte tinha de se levantar cedo, e assim fica para a próxima!
Pelo menos, fica o desejo sincero de voltar mais vezes, e o agradecimento pela oportunidade, porque eu gostei muito de estar no meio desta boa gente que são sobre tudo meus conterrâneos, porque Canelas é a minha terra de origem e que gosto muito.