Festas em Onra de Santo António 2011, Freguesia do Pinheiro em Penafiel.
Este fim de semana, a festa foi na freguesia do Pinheiro. Os forasteiros foram bem recebidos, e foi com muito prazer que me associei a todos os pinheirenses na comemoração do Santo António.
A minha primeira visita foi no Sábado à noite, não fosse eu um amante das festas nocturnas.
A noite estava seca mas fria.
Os artistas tinham trabalho redobrado, animar a população com uma temperatura assim tão baixa é mais difícil do que quando estamos numa noite de verão, em que o calor só por si se encarrega de espevitar as pessoas, e dar-lhes uma predisposição muito maior para a festa.
Santo António não trouxe consigo o Verão, faltava por isso saber se a banda e a artista que foram incumbidos de trazer calor à nossa noite, eram capazes e competentes de fazer esquecer este frio de Junho.
22 horas. O representante da empresa que organizou este evento, anuncia que o espectáculo vai começar, e promete que todos os presentes vão gostar do grupo convidado que ficou encarregue de actuar até às 23:30.
Eles são mesmo bons! Disse o Senhor Adriano da empresa.
Senhoras e senhores, convosco a orquestra zona norte.
E assim começava este espectáculo, e com ele a tão ansiada oportunidade para aquecermos um pouco, sobre tudo a alma.
O grupo começa com um registo pouco interessante, músicas internacionais, que não diziam muito àquela população que estava à frente deles.
Ao fim de meia hora, decidiram interagir um pouco com o público, e apresentaram os elementos que constituem esta orquestra. A apresentação decorreu sem qualquer formalismo e uma ordem previamente estabelecida, e creio que nem sequer foram todos apresentados! As bailarinas e as vocalistas destacaram-se nesta parte da apresentação.
Com estas e com outras já estavam decorridos cerca de 35 minutos de espectáculo, enquanto eu e muita gente que estava perto de mim continuava com frio, a música não despertava, e tive de caminhar durante alguns minutos para aquecer um pouco, e ver se vencia a letargia que entretanto se apoderou de mim.
Depois da apresentação, o espectáculo entrou num outro registo completamente diferente do anterior.
Um dos vocalistas, de nome luís começou a cantar Tony Carreira. A ideia era aquecer mais um ambiente. Foi bom, aqueceu um pouco mas nunca levou a plateia ao rubro.
Durante todo o espectáculo eles adoptaram um registo que eu particularmente não gosto. Cantaram pedaços de músicas muito curtos, e isso impedia que as pessoas saboreassem a música, e até cantassem junto com os vocalistas, porque eles cantavam o refrão apenas uma vez.
Eu sei que há muitos artistas e bandas que prolongam tanto os refrões que a música torna-se chata e aparolada. Mas também, nem tanto ao mar nem tanto à terra!
Num espaço sensivelmente de oito minutos, cantaram cinco músicas do mesmo artista.
Depois desta dose de Tony, o espectáculo continuou com um registo popular, mesmo assim o grupo mostrava-se muito espalhafatoso, e não conseguiu em minha opinião desenvolver uma relação empática com o público.
A parte mais séria do espectáculo, foi quando eles decidiram resgatar alguns clássicos da música portuguesa. Notei quatro: o Nini dos meus quinze anos, os vinte anos, a desfolhada e depois do Adeus.
Aí o espectáculo aqueceu um pouco mais, as pessoas cantaram, e vibraram ao som destes clássicos verdadeiramente intemporais.
Mas mal eles terminaram de tocar o depois do Adeus viraram completamente de estilo, passaram para uma rocalhada completamente descontextualizada, e se a ideia era levar a plateia ao rubro, infelizmente acabou por refrear o ímpeto dos espectadores.
Como profissionais, tenho de ser justo e reconhecer que os músicos eram bons, tocavam bem, e notava-se que eles fizeram o trabalho de casa, porque tinham bom entrosamento, sabiam exactamente quando tinham de entrar, e não parecem ter dado muitos falsetes.
O que eu não gostei foi da dinâmica do espectáculo, e acho que o grupo deveria repensar muito bem no respectivo alinhamento, e perceber qual o perfile médio do público que os vai ver, porque desta vez eles apresentaram um reportório inadequado, abandalhado, fizeram muito o que na gíria se chama o encher chouriços, e não foram capazes de definir uma linha de actuação com pés, cabeça e algum tipo de critério.
A orquestra Zona norte terminou a primeira parte da sua actuação às 11:30 .
Nesse momento, chegou uma pequeníssima descarga de fogo de artifício, porque a grande sessão é neste Domingo, e depois disso chegou a vez de subir ao palco a artista convidada da noite.
Antes porém, o Senhor Adriano fez uma breve apresentação, muito simpática, realista, disse que muita gente que ali estava talvez não conhecesse a Maria do Sameiro, isto apesar de ela ter um bom curriculum, mas que ela ia ser uma boa surpresa.
E de facto foi uma agradável revelação.
Começou com uma balada muito bonita, e aí deu logo para ver o excelente vozeirão que ela é legítima proprietária. Que grande garganta!
Durante cerca de 75 minutos, ela conseguiu aquecer o público, as pessoas cantaram, dançaram, mesmo sem condições nenhumas no terreno que era inclinado e fazia imenso pó. Depois da balada inicial, Maria do Sameiro continuou com as marchas bem populares. Aliás, a primeira mensagem que ela nos transmitiu foi que a primeira música foi bastante calma, mas que o espectáculo ia ser completamente diferente, bem mais animado, porque a Maria do Sameiro ainda é muito rapeoqueira! Enquanto isso, ia interagindo com as pessoas, e tornou-se muito empática e simpática.
Cometeu no entanto uma gafe. Perguntou qual era a marcha mais conhecida em Portugal, naturalmente a última coisa que uma pessoa pensa é nisso. Ela própria respondeu, e disse que como em Pinheiro se festejava o são João, vamos homenagear o santo.
Por acaso o santo que festejamos é mesmo o Santo António!
Depois das marchas, como não podia deixar de ser, veio a cultura minhota, não fosse a Maria do Sameiro de Famalicão.
Trouxe-nos um vira, um malhão e duas chulas.
De seguida brincou com os meninos, foi a parte do espectáculo onde a música esteve mais ausente, mas acabou por conseguir uma interacção muito boa com as crianças, culminando numa música em que cada uma imitava um animal à sua escolha.
Como acontece muitas vezes, muitos houveram que se mostraram envergonhados, e não sabem o que perderam, porque quem foi ao palco foi brindado com chupa chupas, quem não foi, paciência!
Finalmente terminou com uma música dedicada àqueles que a Maria do Sameiro chamou de Heróis de Carne e osso. Nem mais, os bombeiros, que tiveram a sua mais que justa homenagem.
Gostei do espectáculo, uma voz excelente, muito empática, divertida, e uma companhia muito agradável.
Sem dúvida que, o espectáculo de Maria do Sameiro, simples mas bonito, acabou por salvar esta noite fria de Junho.
O Domingo mostrou-nos toda a beleza da natureza, e do tempo, que é capaz de nos dar um dia frio, tristonho, quase com chuva, e um dia seguinte alegre, quente, cheio de sol.
E este Domingo foi precisamente isso que nos ofereceu. Não era daqueles dias de verão puro, mas fez muito calor, e estava uma noite muitíssimo agradável, deu tranquilamente para estar em mangas de camisa a assistir àquilo que a comissão de festas nos tinha para oferecer.
A noitada iniciou-se às 22 horas.
Entre as 22:00 e as 23:30, houve um despique entre as duas bandas de música convidadas para a festa.
A banda nova de Fermentelos, e a banda 12 de Abril, de Travassos, concelho de Águeda.
O recinto estava muito bem composto, e todos puderam apreciar um espectáculo clássico, com um repertório que é normalmente do agrado de quem gosta de bandas de música. E a fazer fé no tributo que o público dava a cada banda que terminava de interpretar uma composição, a maior parte dos que foram à festa deram por bem empregue o tempo que ali passaram.
Antes da sessão de fogo, as duas bandas levaram o recinto ao rubro.
A Banda nova de Fermentelos, brindou-nos com um mundo em movimento, 15 trechos de composições de outros tantos países, uma selecção de João neves.
Começou com a canção do Mar, a nossa música portanto, e o viva lá Espanha.
De seguida, interpretaram músicas de outros 13 países:
França, Itália, Alemanha, Grécia, Rússia, Inglaterra, Áustria, Brasil, Argentina, Venezuela, México, Estados unidos da América, terminando com Israel.
Foi uma pequena volta ao mundo bem animada e muito entusiasta.
A Banda 12 de Abril não podia deixar os seus créditos por mãos alheias e também terminou a primeira parte do espectáculo de uma forma muito empolgante.
Tocaram 4 músicas bem conhecidas, dos Aba, Paul Marcartney, e Glória rian.
A banda Nova de Fermentelos tinha uma vantagem em relação à banda 12 de Abril. É que eles tinham um placard onde mostravam o nome das composições enquanto eles as tocavam.
É muito útil, porque sendo o repertório das bandas de música muito específico, é uma óptima ideia dar a possibilidade ao público de saber o autor e o nome da composição que estão a ouvir.
Terminada esta actuação da banda 12 de Abril, iniciou-se uma grande descarga de fogo de artifício, que durou sensivelmente 25 minutos.
As Bandas continuaram ao despique depois do fogo, mas já sem a minha presença física no local da Festa.
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