sábado, 2 de julho de 2011

Visita à décima quarta feira do vinho verde e do Lavrador em Castelo de Paiva.

Castelo de Paiva, é neste fim-de-semana, uma das vilas mais felizes do país.
A feira do vinho verde já se tornou numa visita quase que obrigatória, ano após ano, e para mim é fantástico verificar que uma vila tão pequena, tem este sentido dinâmico, empreendedor, um vasto e consistente tecido empresarial, Castelo de Paiva tem sobre tudo boa gente, que gosta do trabalho, e também gosta muito de festa, como convém.
O largo do conde recebeu milhares de forasteiros que quiseram assim provar o vinho verde, do melhor que há na região.
Um mar de gente celebrou este primeiro dia da décima quarta feira do vinho verde e do lavrador.
A noite estava muito agradável e convidava à festa, a um pezinho de dança.
E não faltou animação de rua.
No recinto os Restaurantes ofereciam o melhor da gastronomia da região, e no final do jantar, todos podiam andar pelas barraquinhas a provar o vinho. O copo para o vinho, um chapéu, uns óculos florescentes, e um saquinho custava tudo quatro euros.
Haviam também muitas barracas de artesanato, coisas lindíssimas que fazem as delícias de quem gosta de arte. Muita coisa, muita gente a expor, o que é sinal que neste país, e concretamente nesta região ainda se trabalha muito e bem, felizmente.
O Rancho folclórico de são Martinho decidiu recriar a dobagem do linho.
O grupo de danças e cantares do paraíso, e a tuna feminina da Universidade portucalense do Porto, foram grandes atracções nas ruas da feira.
O grupo de danças e cantares do Paraíso deram um colorido muito tradicional ao evento, e actuaram até cerca das 22:45.
A tuna, trouxe um registo necessariamente diferente, mas também animou e de que maneira estes milhares de pessoas que não regateavam aplausos à passagem das jovens artistas, muito alegres e bem dispostas.
A tuna terminou a sua participação por volta das 0:20.
Nos dois palcos a animação foi igualmente uma constante.
Às 23:15, o grupo de música popular, os Finfas de Nespereira brindaram-nos com 90 minutos de um espectáculo que nos fez lembrar um baile à moda antiga.
E era tanta gente a dançar: Tangos, valsas, chulas, malhões, corridinhos e outros improvisos criativos dos músicos do grupo.
A primeira ideia com que todos ficamos foi a de que eles só tocavam, não cantavam.
Mas ao fim de meia hora, o vocalista decidiu entrar na festa, interpretando uma música popular, no caso a Maria Antónia.
A seguir a esta música, tivemos o momento alto do espectáculo, foi anunciada uma rapsódia à moda dos finfas, e tivemos um conjunto de cantigas que levaram ao êxtase a população que mais se identifica com a música das nossas raízes.
Cantaram de uma vez só: o Vinho da Clarinha, Sebastião come tudo, arrebita, rosa arredonda a Saia, e o tiroliro.
A animação continuou com outras músicas menos conhecidas, como por exemplo o quem tem quem tem, o só tu saberás, uma valsa muito bonita, e o sonhar contigo.
O grupo tocava muito bem. Tinham uma grande vantagem, não usavam instrumentos de precursão, mas mesmo assim puseram toda esta boa gente a dançar, numa alegria muito grande e contagiante.
O vocalista foi sempre muito simpático com o público, poucas palavras, mas usou as necessárias.
Gostei do seu timbre de voz, foi pena que a qualidade do microfone e da restante aparelhagem sonora não permitisse que a voz dele se ouvisse de uma forma mais clara e límpida como ele merecia.
Eu gostei dos Finfas que nos trouxeram uma forma diferente de animar, de festejar e celebrar a música.
O grupo tinha uma pequena particularidade que eu não gostei. Por vezes prolongavam imenso as cantigas. Lembro-me da Feiticeira, uma música simples apenas com uma estrofe e o refrão, e mesmo assim tocaram e cantaram a mesma coisa quatro vezes. Sinceramente enjoei a música!
Os finfas terminaram o espectáculo por volta das 0:45, com uma valsa dedicada à mãe.
Na altura em que os Finfas terminaram a sua actuação, já estávamos a vivenciar um apagão. Mas foi de propósito! A organização estava a vender uns óculos de sol florescentes, e a ideia foi que toda a gente os colocasse na cara enquanto as luzes do recinto se apagavam.
Sem dúvida que isto deu um colorido especial a festa, mesmo que o apagão tenha durado uns breves cinco minutos.
Quando se acenderam as luzes, eis que entram em palco os membros do grupo Kremlin. Uma banda que veio directamente de Coimbra, e que iniciou o espectáculo com os queen. marcava o meu relógio 0 horas e 50 minutos. Sinceramente devia ser proibido interpretar fredi Mercry. Ele é único, a melhor voz de sempre, em minha opinião bem entendido!
Pela forma como os Kremlin iniciaram o espectáculo, dava a ideia que o concerto ia ser virado para a população mais jovem. Na verdade depois dos Queen eles viraram para o Emanuel, e depois fizeram um despique curioso de músicas entre homens e mulheres. Os homens cantavam músicas com letras que falavam de mulheres, e elas cantavam outras músicas com letras que falavam deles.
Abandonei a feira por volta da uma e um quarto, e mesmo àquela hora tardia ainda estava muita gente no recinto a festejar.
Gostei bastante destas horas em que estive por dentro deste evento de uma vila que é muito dinâmica, empreendedora, e de uma organização que conseguiu levar a cabo um grande evento, oferecendo ainda a entrada gratuita a toda a gente, o que é também de salientar e de valorizar.
Sou um grande admirador destas iniciativas, e muito sensível ao facto de as empresas poderem expor os seus produtos, mostrar e divulgar o seu trabalho, fazerem publicidade da forma mais nobre que pode haver, que é estar em contacto directo com o público alvo.
Foi pena os desacatos que houveram perto da zona onde normalmente se realiza a feira. Não vi nada, mas pelo aparato que se verificou com a presença da polícia de intervenção, deixou logo antever que tinham havido problemas de segurança. Só posso falar pela quilo que ouvi, e não foi nada animador, destruíram algumas barraquinhas, em fim, cenas que se lamentam e que Castelo de Paiva e os paivenses não mereciam seguramente.
A festa vai continuar no fim de semana, mas apesar de não poder estar presente, desejo sinceramente que tudo corra pelo melhor, esta gente merece.

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