Papa continua a excluir as mulheres

Infelizmente, minhas caras irmãs, este papa não tem emenda.
Depois de ter tido uma postura reprovável no que respeita ao uso do preservativo, o papa Bento XVI, continua a mostrar toda a sua veia ultra conservadora, ao negar o sacerdócio às mulheres.
Segundo palavras dele, a igreja até nem se importava de conceder a ordenação sacerdotal às mulheres, mas não tem autoridade para isso, porque o Senhor fundou a Igreja com base nos 12 apóstolos. Até me admiro como é que o Papa não veio ainda denegrir mais uma vez a imagem de Maria Madalena, a mulher que segundo os relatos bíblicos era pecadora, e Jesus não só lhe perdoou os pecados, como também expulsou sete demónios do seu corpo.
Para a infantilidade estar completa, só falta dizer que Eva era uma mulher, e que foi graças ao facto de ela ter dado a maçã envenenada ao Adão, que todos nascemos do pecado original.
Mesmo não dizendo, o mais triste é que estes dogmas continuam a empestar a Igreja católica, e saibam que estamos praticamente no ponto fulcral, onde temos dois caminhos possíveis. Ou a Igreja aceita fazer uma ruptura total com o passado e implementa transformações profundas, entre as quais claramente a de dar o sacerdócio às mulheres é obrigatória, ou então caso os bispos e cardiais decidam continuar tudo como está, quanto muito operando pequenas transformações de cosmética, a Igreja infelizmente vai fazer parte da história, e só nos museus vai ser possível recordar todos estes séculos, e da pior forma, porque vão ser lembrados como sendo tempos de completo obscurantismo e treva religiosa.
Mas o que me entristece mais ainda é que grande parte da população que vai à Missa, e que ajuda os párocos são minhas irmãs leigas.
Já o nome leigo é ignóbil, porque nos sugere que é alguém que não sabe, que não conhece, e que apenas está chamado, chamada a fazer aquilo que os superiores não querem fazer.
Como é possível que as mulheres aceitem trabalhar como negras nas paróquias em prole da Igreja, se são tratadas como seres de segunda por parte do Clero? Como é que todas em uníssono não se revoltam e exigem que sejam tratadas de igual forma que os homens, e enquanto isso não acontecer, todas em conjunto decidam não participar em mais nada que tenha haver com a Igreja?
Quanto isso acontecesse a minha alegria era total. Finalmente as mulheres tornavam-se protagonistas também na Igreja em radical igualdade com os homens.
Deus criou o ser humano e ponto final. Não distinguiu homem e mulher. A única distinção que temos é física, e porque em todas as espécies temos o macho e a fêmea. Agora tanto um como outro são iguais vistos aos olhos de Deus. Não tenhamos dúvida!
Como todos sabemos, a à dois mil anos atrás, o homem dominava tudo, ainda mais do que domina agora. Era o patriarca, o chefe, aquele que detinha todo o poder.
É por isso naturalíssimo que os apóstolos sejam todos homens. Jesus não está imune à história!
Se naquele tempo a mulher era ainda menos valorizada do que hoje, alguém se acredita que os bíblicos de então decidissem incluir uma nos 12 apóstolos? Nos poderosos? E vocês não sabem que a nossa humanidade está em constante evolução, e que hoje já estamos conscientes que a mulher tem de ser tratada em radical igualdade com o homem? E a mensagem de Jesus não é também para actualizar? De que é que o Papa está à espera?
Curiosamente, uma das grandes personagens femininas relatadas na Bíblia, para além obviamente de Maria, é outra Maria que também se chama Madalena.
Curiosamente na Bíblia é dito que Jesus expulsou sete demónios do corpo de Maria Madalena, e também é dito que ela seria prostituta.
Mesmo assim, Jesus não deixou de fazer de Madalena uma das suas personagens mais significativas durante a sua vida terrena. E o que pouca gente diz é que Jesus ao expulsar os sete demónios do corpo de Maria Madalena, está a dar-nos uma excelente notícia.
É que Maria Madalena ao ficar sem sete demónios, ou seja, sete males que a estavam atormentar, quem sabe a própria prostituição e o adultério e outros, tornou-se mulher integral, ao jeito de Jesus. Infelizmente o mesmo já não se pode dizer dos apóstolos que o abandonaram quando perceberam que ele Jesus estava muito longe de encarnar o líder político para protagonizarem a via de poder que os apóstolos, especialmente Pedro, tanto queriam.
Todos o abandonaram, e curiosamente as únicas que estiveram sempre com ele até na hora da sua morte foram mulheres. Afinal quem estava mais perto de Jesus? Eram os apóstolos que só sonhavam com poder?
Se Jesus pudesse voltar atrás, será que voltaria a escolher os mesmos apóstolos, eles que o abandonaram?
Vamos finalmente fazer uma Igreja bem ao jeito do Século XXI, e dar imediatamente a possibilidade de sacerdócio a todas as mulheres que o queiram.
E vocês minhas irmãs. Nunca mais entrem numa Igreja até que os todo poderosos vos tratem com igualdade.