Presépios da Freguesia de Garfe Na Póvoa de Lenhoso
Apesar de não ser um admirador dos presépios de Natal, porque muitos são altamente folclóricos, construídos sem nenhum critério, com base na imaginação, mais ou menos fértil de quem os criou, hoje de tarde estive numa freguesia com uma ideia curiosa.
Os presépios apesar de tudo são um mal menor desta época natalícia. Aquilo que eu mais abomino é esta sociedade mercantilista que faz das pessoas robots que apenas são usadas para alimentar os lucros dos grandes comerciantes, que nesta época disparam para valores muito simpáticos, para quem quer amealhar receitas chorudas.
Também não gosto nada da hipocrisia de muita gente que nesta época anda aí numa lufa lufa a vender solidariedade aos magotes, mas que durante o ano se esquece que existem pobres em massa, e que muita da responsabilidade da produção desta pobreza em grande escala, é dos ricos, que amealham tudo para eles, e esquecem-se que para eles viverem no luxo e na ostentação, outros à que vivem na mais absoluta miséria.
Mas nesta época natalícia lá estão eles a dar uma de generosos, a participarem em tudo quanto são festas de beneficência, com televisão atrás como convém, sim porque se a tv não for eles também não vão, e tudo isto só para continuarem a viver no luxo e para que tudo continue na mesma durante o resto do ano. Assim, esses senhores, ricos e poderosos passam uma imagem para fora que estão preocupados com os pobres, quando na sua vida quotidiana fazem de tudo para alimentar a pobreza. Já viram o quan perverso é o ser humano?
No meio desta hipocrisia toda que causa vómitos e náuseas em catadupa, os presépios até são um mal francamente menor. Muitas vezes até são fruto de um sentido de mobilização fantástica de freguesias inteiras, que trabalham meses a fio para levarem a cabo os seus presépios.
Temos o maior presépio vivo da Europa, o presépio de Priscos que é um exemplo fabuloso de dedicação de milhares de pessoas que põem de pé esta obra ano após ano.
Hoje de tarde, fui visitar a freguesia de Garfe, no concelho da Póvoa de lenhoso.
Nesta terra à uma tradição que dura à imensos anos, mas que eu não conhecia.
A tradição consiste em fazer com que cada lugar da freguesia de Garfe tenha o seu próprio presépio.
É uma ideia interessantíssima. Infelizmente não tive oportunidade de visitar todos.
Mesmo assim começamos pelo de são roque, um presépio pequeno mas simpático, o presépio dos carvalhinhos, já era maior, estava aparentemente dividido em dois.
Lá havia uma feirinha supostamente para uma associação da terra, mas confesso que não comprei nada.
O presépio de Salgueiros também estava muito bonito e é grande, tinha no entanto um defeito, a música estava muito alto e o som era irritante, parecia aquelas campanas de anunciar o circo, Ok, estamos no natal!
Acho que para um presépio tanto esta sonoridade como sobre tudo o volume estão desajustados.
Fui visitar também o Presépio do cilindro. Era relativamente grande, o terreno era bastante bom e tinha muita luz.
Por falar em luz, não sei porque é que na freguesia de Garfe não se vêm grandes efeitos natalícios nas casas, nem muito menos iluminação!
Gostava de ter visitado o presépio do rancho folclórico mas não foi de todo possível.
O ponto alto foi a visita ao presépio da quinta. Muito grande, engraçado, e foi aí onde eu Saboreei uma broa de milho amarelo, que só vos digo estava fantástica.
Logo eu que sou um apreciador invertebrado de broa, devo dizer que esta que eu comi estava divinal, muito bem! Uma broa espectacular, não é fácil.
Gostei da ideia. Uma freguesia que se organiza e que dinamiza cada lugar, e até promove uma rivalidade saudável entre lugares. Não há dúvida que esta iniciativa muito humilde é feita com grande empenho e dedicação e merece da nossa parte muitos louvores.
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