Papa continua no seu farisaísmo revoltante, com o uso do preservativo.
O Papa Bento XVI, continua infelizmente a ser o que de pior à na Igreja, no que ao nível de pensamento arcaico e retrógrado diz respeito.
É com grande mágoa que aqui escrevo estas palavras. Mas depois de ler os ecos que a comunicação social deu a um livro, que sairá na próxima Quarta Feira, livro esse que tem pelo título: “"Light of the World: The Pope, the Church and the Signs of the Times" (Luz do mundo”, Tenho de dizer que o chefe máximo da Igreja católica, continua com uma falta de modernidade, que para além de ser confrangedora, e revoltante para quem gosta da Igreja, chega a ser ridícula. Porque só mesmo os católicos mais fundamentalistas, é que eventualmente ainda lhe podem dar ouvidos. Pois os restantes mandarão completamente às ortigas toda essa doutrina causadora de vómitos em catadupa.
A minha alegria maior, é quando toda a comunidade católica em uníssono, decretar oficialmente arcaico e extinto o discurso de Bento XVI, e aí ele só terá um de dois caminhos. Ou também se converte, e passa a ter um discurso moderno, adequado, virado para os dias de hoje, e nesse caso a minha felicidade era imensa, ou então sai de fininho, e terá de se vestir de saco e cinza como os ninivitas do tempo do profeta Jonas bíblico.
Segundo a comunicação social, o Papa Bento XVI, lá aceitou admitir o uso do preservativo, mas apenas em certos casos, alegadamente para reduzir o risco de contaminação com o Vírus da Sida.
Ou seja, para este Papa, sexo só mesmo para a procriação. Tudo o que sirva para obter prazer físico, é pecado. Aliás, se fisicamente tanto homem e mulher, têm prazer nas relações sexuais, não foi uma criação de Deus, mas sim do diabo! Ou então. Foi mesmo Deus que nos deu o prazer sexual, mas entretanto depressa a transformou em perversão, porque é um pecado mortal extrair prazer de uma relação sexual.
Digo isto obviamente com sentido de humor, porque o caso não é para menos! Mas por outro lado, acreditem digo isto com muita tristeza e mágoa. Porque, estamos em pleno 2010, já não estamos na idade das trevas, em que tudo o que fosse prazer era para ser recriminado.
Não defendo como é óbvio a vulgarização do sexo. Defendo uma prática responsável, em que o mesmo seja fruto de uma relação de amor entre dois seres humanos. Mas para a igreja, mesmo que o sexo seja feito entre duas pessoas que se amam verdadeiramente, é pecado. E só deve ser feito com a intenção clara de reproduzir. Sorte têm as minhas irmãs que já não estão em idade fértil, que assim já não precisam de usar métodos contraceptivos, e já não incorrem no pecado!
Entretanto, em África por exemplo continuam a morrer milhões de irmãos nossos, por não usarem preservativo e serem infectados pelo vírus da Sida. Mas este Papa, continua aparentemente insensível a isso, com uma hipocrisia de fazer chorar as pedras da calçada, e afirma com o maior despudor deste mundo, que o melhor remédio é mesmo a abstinência sexual.
O mais dramático, é que chega a dar a sensação que este discurso do Papa é uma espécie de vingança. Como oficialmente os Padres não podem ter relações sexuais, então ele defende que ninguém mais possa ter prazer nas relações. Se eu não posso, vocês também não podem!
Mas Senhor Padre, não se esqueça que mesmo o celibato obrigatório é uma parvoíce pegada da Igreja católica. Mas em relação a isso, eu apesar de lamentar profundamente mais este arcaísmo, digo que isso é um assunto que diz respeito aos Párocos. Agora quando vejo que a Igreja quer também reduzir o mero acto sexual à procriação, no que respeita a todos os católicos que não fizeram qualquer voto de castidade, tenho de me revoltar com todas as minhas forças, e denunciar até ao limite esta vergonha doutrinal, que teima em não ir pelo cano de esgoto abaixo.
Quando é que isso passa à pré-história?
Obviamente que Bento XVI não tem qualquer razão em dizer que o uso do preservativo contribui para a banalização do sexo.
Primeiro porque, mesmo os mais fundamentalistas hoje, já não seguem nada essa ideia. E isso não é mau. É bom que as pessoas não liguem a este discurso rançoso. O problema é que continuam a defender um papa que já se provou não está nada preparado para ajudar a humanidade a enfrentar os desafios futuros. E só por estas ideias já está tudo mais que provado, não é preciso mais nada!
Para estes mais fundamentalistas e defensores do Papa, tenho de lhes dizer que estamos perante uma contradição grave. Eles sabem que o que o Papa defende não tem pés nem cabeça, e até na sua vida quotidiana já nem seguem nada disso. Mas depois não conseguem libertar-se a 100 % dessa doutrina, e adoptarem uma postura de a denunciar incessantemente, até que algum Papa finalmente torne a Igreja mais moderna, mais secular, e até mais humana.
O que me espanta sinceramente, são as vozes de contentamento, elogiando a pseudo coragem do Papa. Então se ele perante esta questão adopta uma postura do nim. Ou seja, defende a sua utilização, mas só em casos muito especiais. Falta saber que casos especiais são? E pessoas como o António Capucho, presidente da câmara municipal de Cascais, citado pelo Jornal de Notícias, que afirma que este Papa, embora seja tido como conservador, teve coragem de ultrapassar uma barreira e deu um contributo muito importante no combate a esse enorme flagelo que é a sida", eu só pergunto.
Mas então, será que o Senhor Presidente da câmara de Cascais, que é uma pessoa supostamente: inteligente, esclarecida e lúcida, não sabe que esta doutrina do Papa é absurda, e que provavelmente ele próprio, e bem não a segue?
Então, porque é que vamos dizer que uma pessoa que se limita a abrir um pouquinho o véu, sem ter a ousadia de uma vez por todas romper com essa doutrina, e pedir desculpa à humanidade por todos estes anos de obscurantismo, é uma pessoa de coragem?
Quando li as primeiras notícias, nomeadamente as de que o Papa admitia a utilização do preservativo, apesar de não ter depositado grandes esperanças, sempre tive a expectativa que ele tivesse ido efectivamente mais além. Assim foi só um tiro de pólvora seca, sem substância nenhuma, e que nem chega sequer a ser notícia.
É pena que muita gente, dos tais pró Papa, achem que só o facto de ele andar uns centímetros para a frente, pode ser um sinal que dentro de alguns anos a Igreja admita sem restrições o uso do preservativo.
Tanta falta de ambição, e tanta ingenuidade ao mesmo tempo.
Meus irmãos, desiludam-se! Enquanto tivermos este pontificado, vamos estar na mesma. Umas inovações de fachada, mas para tudo ficar exactamente como está agora. Cabe-nos mostrar ao Todo poderoso Bento XVI, que não queremos nada as suas ideias, que queremos pessoas responsáveis, conscientes dos seus actos, que possam com base em relações de amor e paixão, desfrutar do prazer que o criador nos deu, e finalmente, não queremos mais pessoas com medo, odiamos o farisaísmo papal que a Igreja tem sido vítima e que nunca mais se livra dele, queremos uma igreja cheia de Luz, com amor, com prazer, em que os homens e mulheres que decidem fazer parte dela, sejam os seres humanos mais felizes do mundo. Que cantem e dancem, que exultem com aquele poema erótico do cântico dos cânticos, que as Igrejas teimam em silenciar, como se ele não estivesse na bíblia. Queremos uma igreja em festa, cheia de paz e alegria.
E este Papa, enquanto era apenas um teólogo de reconhecido valor, até tinha boas ideias. Agora, que as podia pôr em prática adopta uma postura que só envergonha aqueles que gostam da Igreja.
Será que o papado estraga as pessoas?
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