Maldito o jornalismo amplificador
Sou um entusiasta da liberdade de imprensa e sou muito crítico para com aqueles, e parece que cada vez são mais, se demitem de fazer jornalismo na verdadeira ascensão do termo, e se limitam a desempenhar o papel de pés de Microfone. Antes de vos falar do assunto que me levou a escrever este post, e porque estamos a falar de microfones. Existem dois tipos de jornalismo distintos. O jornalismo amplificador e o jornalismo equalizador. O amplificador é aquele jornalismo reles em que os profissionais limitam-se a amplificar as coisas. Não perguntam, não interpelam, não filtram, não são incómodos. Esse tipo de jornalismo infelizmente está muito em voga, graças às criminosas multi nacionais que detêm os órgãos de comunicação social, e que amordaçam os profissionais, pagando-lhes salários de miséria, e obviamente, estes jornalistas, têm de ganhar a vida e muitos lá acabam por se resignar em troca do pãozinho nosso de cada dia. Mas o meu jornalismo predilecto é sem dúvida o jornalismo equalizador. Quem está ligado à música, sabe que o equalizador é que trata o som, tornando-o limpo. É assim que deve ser o jornalismo, pegar nas notícias e limpálas, fazendo como se faz no som, ou seja filtrar tudo e pôr as coisas nítidas. Ao invés o amplificador apenas aumenta o sinal, mesmo que ele seja fraco. Liberdade de imprensa não justifica jornalismo pouco ético. Este caso da jovem Mariana de ponte de Lima, demonstra que muitos órgãos de comunicação social adoptam uma postura de sangue sugas, e querem explorar até ao tutano as fragilidades humanas. Com a agravante de neste caso estarmos a falar de uma menor que naturalmente tomou uma decisão errada, fruto da adolescência, e que não está preparada para tanto mediatismo, juízos de valor, quem sabe muitas condenações. E penso que é altamente desumano a maneira como sobre tudo as televisões estão a cobrir este caso. A chegada de Mariana a Casa, num momento que devia ser de recato e é transformado num espectáculo degradante. A consequência desta excessiva cobertura é que as pessoas sentem-se impelidas a terem o seu minuto de glória e obviamente em vez de respeitarem este momento que devia ser sobre tudo familiar, lá vão para a porta da casa da Mariana, só para aparecerem na TV e quem sabe poderem fazer os seus comentários. Pobre da Mariana, que depois de uma decisão errada, e num momento em que tanto precisava de apoio e afecto, vai ser olhada como se fosse uma estrela. De um lado os que a compreendem, do outro os que a condenam. E claro todos a quererem saber porque ela fez aquilo, e a não respeitarem aquilo que devia ser um momento de paz, tranquilidade, reflexão, e sobre tudo de encontro consigo própria e com a família. Maldito o mediatismo e essa atitude sangue suga das TVS.
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