segunda-feira, 7 de maio de 2012

Se José Cid fosse americano era o maior.

Portugal tem revoltantes complexos de inferioridade, que impedem que muitas vezes se deixe de reconhecer o devido valor dos nossos artistas por exemplo.
José cid, é o exemplo acabado da ingratidão e da injustiça que graça no meu país.
Não tenho dúvida em afirmar que se ele fosse estrangeiro, seria um cantor de tope mundial, porque qualidade não lhe falta. Ele é dono de uma obra verdadeiramente notável. Compositor, cantor, produtor, pianista por excelência, dono de uma voz muito peculiar, tem tudo aquilo e muito mais, que um artista de top ambiciona ter.
O álbum dez mil anos depois entre Vénus e Marte é considerado um dos melhores álbuns de roque sinfónico progressivo de todos os tempos a nível mundial.
E ainda chamam ao rui Veloso o pai do Roque!
Gosto muito dele, mas sinceramente comparar a obra do Cid com a do Rui Veloso é de uma desonestidade intelectual a toda a prova, porque José Cid tem um legado incomparavelmente maior e melhor do que Rui Veloso, não obstante repito, também gostar muito deste grande cantor do Porto.
Mas Portugal nunca prestou o devido tributo ao enorme José Cid, e ainda agora ele lançou um álbum intitulado quem tem medo de Baladas, que está a ser silenciado nas rádios.
Não se entendem estes critérios, porque este álbum tem muita qualidade, apresenta José Cid em grande forma, com algumas músicas que em condições normais, seriam êxitos de venda e ficariam no top durante muito tempo.
É sem dúvida um excelente álbum.
Não vou estabelecer termos de comparação, não é preciso. Todos sabemos que este trabalho é melhor do que muitos que estão a passar repetidamente até à náusea nas rádios nacionais.
O que eu repudio vimentemente é a atitude da indústria da música que decidiu tornar José Cid num proscrito do mercado, por causa da sua idade avançada.
Para além de ser completamente desumano e abjecto, é uma atitude muito pouco inteligente, porque se há pessoa que pode vender bem ainda é o Cid.
Ele tem experiência, é um músico extremamente completo, adopta uma vida pública bastante descomplexada e frontal, podia por isso continuar a ocupar o espaço mediático sem nenhuma dificuldade, e com resultados visíveis para esse mercado que está a ser perverso.
Eu por mim aplaudo de pé o José Cid por toda a sua obra, o seu talento, a qualidade das suas músicas, alguém que não me canso de o dizer, seria uma estrela de top mundial se tivesse a particularidade de ter nascido noutro país.
Ele ainda canta bem, canta afinado, dá excelentes consertos, tem muita energia e merece continuar no tope até quando ele quiser.
É pena que ele não tenha o reconhecimento que os grandes génios merecem.

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