quinta-feira, 8 de março de 2012

O elo mais estúpido

Tenho muita pena daqueles que em casa só podem ver os 4 canais generalistas a emitir em sinal aberto.
À noite, quando tenho mais tempo para consumir televisão, verifico que os programas que passam nos canais gratuitos são de mau gosto, e as alternativas acabam por ser muito poucas.
O programa mais decente acaba por ser o Elo mais fraco.
Gosto de programas instrutivos, que ensinem algo, e que ponham as pessoas a pensar, raciocinando. Acho por isso que este tipo de programas em horário nobre, acabam por ser escolhas felizes, mesmo que a maior parte dos tele espectadores queiram ver novelas a toda a hora, e neste particular, os canais privados empestam a antena com telenovelas para povo ver.
Só que o Elo mais fraco tem a particularidade de me irritar solenemente porque o apresentador, o simpático Pedro Granger, tem o dom de estupidificar o programa de tal forma, que por vezes parece aquelas discussões que os amantes do futebol têm nas tascas, em que basicamente em vez de discutirem insultam-se uns aos outros.
Se os concorrentes tivessem liberdade para responder à letra às provocações do apresentador, o clima de tasca estava perfeitamente instalado.
Sei que a essência do programa obriga a adoptar este registo. Provavelmente, não me custa admitir, o apresentador faz isto contra vontade, porque no fundo ele não gosta de humilhar pessoas, e de lhes estar sempre a passar atestados de pura burrice. E o termo burro já foi adoptado diversas vezes naquele programa.
Mas é importante que os responsáveis pela produção do programa percebam que não é preciso estupidificá-lo tanto, e que até se pode fazer uma coisa bonita, séria, com respeito pelos concorrentes, provavelmente com outro tipo de questões, sem lhes estar constantemente a chamar ignorantes, injustos e incompetentes.
Ainda se este programa fosse numa televisão privada, vá que não vá. Agora numa televisão pública, assistir-mos a este chorrilho de asneiras, não da para aceitar, e nem que tenham de desistir deste programa e adaptar outro formato, o importante é fazerem algo diferente dos privados, e algo que consiga puxar pelas pessoas, e que as faça pensar e desenvolver a sua cultura geral.
Agora, aproveitar o horário nobre para fazer uma coisa que apesar de bonita é estúpida, tenhamos dó.

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