domingo, 21 de agosto de 2011

Quase que se cumpria um sonho

Já à muitos anos que não passava uma madrugada em claro a ver um jogo de futebol. Para dizer a verdade, nem me lembro ao certo, de nenhum dia em que tivéssemos ficado de noite sem dormir para assistirmos a um jogo importante.
Bem gostaria que esta noite fosse uma noite de festa, de júbilo, de comemoração. Infelizmente Portugal morreu na praia, tal como acontece com o já famoso fado português. Bem que podíamos dizer que se tratou de uma vitória moral. Nada disso! Portugal perdeu, e o Brasil ganhou o campeonato do mundo. Mas foi pena, porque no jogo jogado Portugal mostrou que podia ter vencido a partida, e teve o caneco na mão por mais do que uma vez.
De qualquer forma, esta selecção fabulosa, esta que muitos chamam a selecção da coragem, está de parabéns. Realizou uma prova fantástica, e tendo em conta que no grupo de jogadores não existem aquelas vedetas, aqueles jogadores mediáticos que com 20 anos já alinham em equipas de top do futebol mundial, este feito é ainda mais de realçar.
O Brasil jogou no erro de Portugal, por momentos acreditei que era possível fazermos mais uma vez história.
Infelizmente, não tenho memória da final de 89 em riad. Mas em Lisboa lembro-me perfeitamente deste jogo de 30 de Junho, estádio da Luz, cento e vinte e sete mil pessoas, e aquele penalty mágico de rui Costa, que nos levou à loucura, e que consagrou aquela que foi sem dúvida a geração mais brilhante do futebol português.
Mas esta geração actual já nos deu uma lição importante. Não é preciso jogar em grandes clubes, não é preciso ser jovens promessas, o que é importante é conseguir fazer-se uma equipa, humilde trabalhadora, com capacidade para lutar jogo a jogo e com todos os adversários, sem vedetismos nem vícios que de fato à que reconhecer acabaram por prejudicar muitos daqueles jogadores que constituíram a tal geração de ouro.
Esta pode não ser uma geração de ouro, mas se for uma geração de coragem, de humildade, de trabalho, poderá conseguir tão ou mais feitos do que a geração de ouro. E esta é uma lição muito importante a reter.
Parabéns a estes bravos jogadores, fica a mágoa de não fazermos história, fica a frustração de não termos sido reconhecidos como os melhores do mundo, mas de certeza que estes jogadores merecem-nos todo o respeito e admiração, porque foram fantásticos sem dúvida!
Estivemos quase a cumprir um sonho, mas mesmo não sonhando, ficamos com a certeza do valor destes jogadores, e do seu espírito de sacrifício. São assim as boas pessoas do meu país.

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