quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Américo Amorim, o homem da cortiça e da injustiça

Américo Amorim é como é sabido o homem mais rico de Portugal, isto a fazer fé nos vários estudos que as publicações que versam sobre economia têm feito.
Mas a vergonha e o descaramento não tem limites!
É bom relembrar que as 10 maiores fortunas do país davam para pagar mais de trezentos milhões de salários mínimos.
Tenho a convicção que o comum dos cidadãos não faz a menor ideia, dos valores envolvidos que fazem com que 10 homens, possuam em bens, algo que resolvia o problema a todas as famílias pobres que vivem neste país.
Mesmo assim, Américo Amorim, teve um indigno desplante de afirmar numa entrevista ao Jornal de Negócios que não se considera um homem rico! Leu bem. Américo Amorim, o homem com mais dinheiro neste país, não se considera rico, mas sim um trabalhador, um simples assalariado!
Creio que todos os leitores já estão a perceber a verdadeira dimensão do escândalo.
Mas convém preparar-se para o que vem a seguir.
É que este humilde assalariado, não aceita pagar um imposto extraordinário para ajudar o país a resolver o problema das suas contas públicas.
Se tanto se fala em sacrifícios, Américo Amorim não pode fazer mais sacrifícios do que os outros. Aliás, o que se tem visto é que a classe média, aqueles que trabalham por conta de outrem ou na função pública, que descontam tudo direitinho, e que obviamente não podem fugir a isso, esses dizia eu é que têm de pagar a crise.
E eu digo isso, porque eu que sou um simples assalariado, e que ganho um pouquinho menos do que Américo Amorim, menos pouco mas ganho, não pude recusar pagar este imposto extraordinário que incide sobre o subsídio de Natal.
Não pude recusar, porque a bom rigor ninguém me perguntou nada! Mas já que perguntaram ao Américo Amorim, eu também gostava de dar uma entrevista, para dizer que não sou rico, que sou um mero trabalhador, e que também não quero pagar impostos.
Mas as injustiças não ficam por aqui. Eu vi muita gente a reclamar porque não queriam pagar as scutes. E mesmo assim, o estado fez orelhas moucas e obrigou-nos a pagar.
E agora com Américo Amorim. O Senhor Primeiro-Ministro vai recuar? Ou vai mesmo avançar para a tributação de um imposto às grandes fortunas. Se não avançar, então eu tenho de concluir que o rei da cortiça é um dos que mais manda neste país. Porque eu vejo todos os professores a reclamar, os médicos sempre a reivindicarem, e o estado diz sempre que não lhes pode satisfazer muitas das suas pretensões.
Ironias à parte, esta entrevista é de facto escandalosa. Será que não há quem tenha vergonha? A onde está a decência e a justiça? Nem de propósito, justiça rima com Cortiça, mas a fazer fé nesta entrevista, são duas palavras completamente antagónicas.
Desde quando o Senhor Américo Amorim e os seus colegas afortunados têm problemas em pagar um imposto excepcional, que naturalmente só é tributado em tempo de crise?
Será que ninguém percebe o ridículo? Então vocês não sabem, que para uma pessoa como Américo Amorim, custa menos pagar um ou dois milhões de euros, do que a mim 5 ou 10 euros?
Como se pode sequer hesitar em tributar um imposto nestes moldes, quando se cobrou um outro imposto excepcional, que vai prejudicar muitas famílias da classe média, que têm sido as mais fustigadas nesta época de crise?
Espero sinceramente que Passos Coelho e seus pares não recuem. E ao Senhor Américo Amorim, lamento, mas à uma arma que ele pode utilizar muito eficaz. Já que ele se considera um simples assalariado, reclame com a sua entidade patronal e faça greve ao seu trabalho.
Vejamos. Já fizeram os professores, os médicos, a função pública etc. Estes fizeram e coitados ficaram sem uma parte do seu vencimento. Se Américo Amorim fizer greve de um dia, acho que o dinheiro que ele vai deixar de receber não lhe vai fazer muita falta!
A mim, confesso que me faz. Mas eu não sou dono de nenhum império de rolhas.
Mas lá que estou muito indignado com isto tudo, que ninguém tenha dúvida.
Aja alguém que ponha um pouco de Moral neste meu País.

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