Selecção Nacional de Futebol amorfa, sem vida, à espera de melhores dias, e com perdas muito grandes.
Para quem como eu que sempre vibrou com a selecção, e que ficava mais triste com os seus desaires do que os do meu clube de coração, não posso deixar de manifestar a minha revolta pelo estado a que chegou a federação Portuguesa de futebol, arrastando com isso a nossa selecção nacional.
É terrível sentir que da forma como as coisas estão, dificilmente isto tem emenda.
Começa logo pelo facto de a fpf já não ter o estatuto de utilidade pública.
Mas naturalmente o problema maior prende-se com o seleccionador nacional Carlos Queiroz.
Muito se tem discutido se Queiroz tem ou não condições para continuar à frente da selecção.
Noto que à algo que pouca gente tem valorizado e que para mim é fundamental.
Retirando para já a discussão à cerca dos resultados, penso que a grande perda foi o entusiasmo que se gerou à volta da selecção.
Para mim esse é um facto absolutamente indesmentível. em 2004, todos se lembram da onda que se fez à volta da equipa de todos nós. Era mesmo a nossa equipa! As bandeiras na janela, o apoio incondicional que os adeptos deram à selecção, tudo isso graças a Luís Filipe Scolari, que na verdade veio motivar grandemente os adeptos de futebol, construindo um legado, que infelizmente não teve continuidade.
Neste mundial o que tivemos? Adeptos desconfiados, descrentes, pouco motivados, uma sombra da alegria que se sentia no rosto das pessoas em 2004 e em 2006.
Essa perda, sim é dramática. Hoje a selecção deixou de estar em festa, deixou de haver alegria.
Em 2004 e em 2006, notava-se que os jogadores tinham prazer em jogar. Agora não se nota isso, antes pelo contrário! Temos percebido através de declarações proferidas por jogadores da selecção que o ambiente não é bom, é cinzento, não à união nem espírito de grupo.
São estas as grandes diferenças da selecção de hoje, e da selecção treinada por Scolari. E essas sucessivas perdas fazem com que neste momento os adeptos olhem para este estado de coisas com muita apreensão e muita tristeza. Porque tem de ser a selecção a puxar pelos adeptos. Se vamos estar à espera que estes puxem pela equipa de todos nós, então dificilmente voltaremos a festejar como já o fizemos.
Foi Scolari quem puxou pelo público, criou hábitos que se tornaram emblemáticos. E a questão é saber se este seleccionador, independentemente de ter razão nas declarações que faz, porque de facto está a ser vítima de um processo feito de propósito para o despedir por justa causa, tem ou não condições para dar um safanão neste marasmo, e revitalizar novamente toda esta maça humana que gosta de futebol, e ama a selecção Portuguesa.
E eu penso que Carlos Queiroz já provou que não é comandante para este navio. Não faz parte do seu estilo, ele é por natureza distante, por vezes altivo e arrogante e nunca vai conseguir dar o tal elã que eu tanto queria que desse.
Creiam que estas perdas, são muito mais importantes do que os resultados propriamente ditos.
Com Scolari, é verdade que perdemos de uma forma inglória a final do campeonato da Europa de 2004. Mas se formos justos, haveremos de reconhecer que nunca tínhamos ido a uma final! Foi portanto um avanço bastante significativo.
Em 2006, fomos às meias finais do campeonato do mundo. Foi francamente melhor do que neste ano, em que nos ficamos pelos oitavos de final.
Podemos argumentar que em 2004 tínhamos uma equipa com a sua espinha dorsal já criada. É uma opinião discutível, mas aceitável. Porém, as mudanças para pior que eu explanei atrás são para mim perfeitamente indiscutíveis.
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