Fátima e o mundo.
Inauguro uma nova secção aqui nesta minha casinha virtual, a que dei o nome de teologia.
No primeiro texto, vou falar-vos sobre uma das maiores vergonhas da Igreja católica a nível universal, e seguramente da maior a nível nacional.
Estou a falar de Fátima, pois claro!
Vem esta minha reflexão a propósito de uma notícia que li, publicada no Jn de dia 17 de Agosto deste ano de 2010, e em que dizia que Fátima vai ter direito a mais uma série televisiva, que até já tem nome e tudo.
Fátima e o mundo. E segundo a referida notícia, o objectivo do Guionista Manuel Arouca, passa por relatar o impacto de Fátima à escala global.
Naturalmente, os responsáveis pelo santuário, já deram a sua bênção, e já assinaram um protocolo com o escritor, que assim pode fazer esta série tranquilamente, certo do pleno sucesso da mesma, e da guerra que as três televisões vão protagonizar entre si, para terem o direito de transmissão da referida série.
Na Verdade, Fátima é teologicamente falando, um puro terrorismo eclesiástico.
Dói-me a alma só em pensar que temos pessoas que alimentam essas teorias monstruosas, sofredoras, castradoras, no fundo apocalípticas, completamente vazias de teologia jesuânica, aquela que interessa aos homens e mulheres dos dias de hoje.
Mas os principais culpados não são as pessoas que dão crédito a essas coisas, mas sim aqueles que anos a fio incutiram nos fiéis uma imagem de nossa senhora de Fátima, e de um Deus castigador, sádico, vingativo, ciumento e caprichoso.
Um deus assim, mais valia que não existisse! Que é que de bom ele pode trazer para as populações? Sofrimento? Opressão? Infantilismo? Mas é disso que precisamos?
Deus não é uma fonte inesgotável de amor, de ternura, de perdão, de compaixão?
Claro que é!
Por isso, a mensagem de Fátima é um insulto à memória de Jesus e de Maria.
Nunca houve qualquer aparição, e aquilo que os três pastorinhos dizem que viram nunca podia ser Maria, a mãe de Jesus. Saibam que este culto às nossas senhoras, vem desde muito antes do nascimento de Jesus, aliás os Gregos, é que tinham os seus cultos politeístas dos Deuses, era um para cada coisa. Se repararem, o mesmo se passa com as senhoras que muitos veneram em pleno 2010, tantos séculos se passaram, e nós ainda não evoluímos!
É a nossa senhora disto, é a nossa senhora daquilo, até dizem que a senhora é sempre a mesma, o nome é que muda! Tanta falta de fé esclarecida. Nenhuma dessas senhoras é Maria, isso podem ter a certeza.
Assim como também podem ter a certeza que aquilo que os 3 pastorinhos viram, não foi nossa senhora. O que eles relataram são alucinações atrás de alucinações, porque quando começaram a dar os primeiros passos sempre lhes foi dito que existia o inferno, que o inferno era um fogo para onde iam as almas penadas para todo o sempre, e naturalmente eles imaginaram isso na sua cabeça, ficaram tão aterrorizados com isso que depois relataram essas coisas, e assim se inventou a história das aparições, repito a maior vergonha da igreja portuguesa, e uma das maiores da igreja universal.
Aliás, as catequeses actuais já nem nos falam em inferno. Oficialmente para a igreja, essa tese terminou, ou seja, oficialmente acabou o inferno, tal como nos era apregoado em crianças, e então os antigos, incluindo os 3 pastorinhos, foram massacrados horas afio com essas catequeses.
Mas se já nem a própria igreja acredita no tal inferno que nos foi apregoado pela irmã Lúcia, como é que ainda se continua a alimentar a mensagem de Fátima? A própria igreja é que vem reconhecer que isso não tem lógica, designadamente quando ensina aos seus novos fiéis que o inferno é aqui na terra, e que não é nada um fogo que está sempre arder.
A mensagem de Fátima é portanto, um crime, que adoece as pessoas que se deixam ir por ela. Eu fico tão triste!
À que dizer com toda a serenidade, que nem nossa senhora nem deus têm nada que ver com isto, que nossa senhora de Fátima não existe, não à segredo nenhum, nem o primeiro, quanto mais o segundo e o terceiro!
Basta lerem com atenção o livro de memórias da irmã Lúcia para perceberem que isso não tem pés nem cabeça
Essa obra, que foi escrita com a intenção de nos dar a ideia que as aparições eram verdadeiras, acaba por ser a prova mais evidente que os relatos que ali podemos ler só podem ser fruto de alucinação, consequência da catequese que as 3 criancinhas tiveram naquele tempo. E foram tão martirizadas, que acabaram por imaginar uma espécie de aparições divinas, haviam muitas naquele tempo como se sabe. E a igreja fez o resto.
Mas saibam que por exemplo a Jacinta e o Francisco, que hoje são beatificados pela igreja, tiveram de morrer sozinhos sem apoio de ninguém, só depois deles terem falecido é que a igreja se interessou pela sua vida, e naturalmente porque estava em jogo um ovo de Colombo que era a legada história que a Lúcia tinha para contar.
Os relatos que ela escreve nas suas memórias, foram portanto todos escritos muito depois dos primos terem morrido. Como é lógico, assim até eu profetizava!
Aconselho vivamente a leitura do livro, para que todos possam ficar a perceber as datas em que foram escritos os relatos, e chegarem à conclusão que tudo foi escrito depois de as coisas terem efectivamente acontecido.
Inclusive, a primeira das memórias só foi escrita em 1935! Isto é, 18 anos depois das alegadas aparições.
E mais. Reparem que a Lúcia tinha a instrução primária. Ora bem os seus textos estão muito bem escritos. Como é lógico não foi Lúcia que os escreveu. Ela foi como já disse enclausurada à força para ver se a história poderia ser credível, e como eles acharam que era, ela por lá se foi mantendo de convento em convento até à sua morte. , e a partir daí foi o Vaticano que controlou tudo, exactamente tudo o que ela fazia e escrevia, tanto que a sua mãe, por não ter feito o frete de acreditar nas aparições, porque ela própria não acreditou na filha, o clero as manteve sempre afastadas uma da outra, e nem na hora da morte, que a mãe de Lúcia queria ouvir ao menos a voz da filha ao telefone, isso lhe foi permitido.
Lúcia foi alguém a quem lhe tiraram a dignidade, a honra, quase que a vida. Tudo para sustentar esta mentira que é Fátima.
Se nossa senhora fosse como a irmã Lúcia a pinta, só pergunto: Qual seria o sentido da nossa vida?
Qual a razão da nossa existência? Só viríamos aqui para sofrer? Quando todos conhecerem a forma como a Lúcia relata a vida dos primos, vão chegar à conclusão que o único objectivo de vida que eles tinham era sofrer, sofrer e sofrer. À lá Deus que possa aceitar e querer estas coisas? Abramos os olhos da mente!
Mesmo sob o ponto de vista teológico, estas aparições são um insulto até para a Bíblia.
Vou colar aqui só uma passagem do livro da irmã Lúcia.
Quando ela faz o relato das aparições de 13 de Outubro, quase no fim afirma isto.
Início de citação.
"Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. S. José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o Mundo da mesma forma que S. José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo".
Fim de citação.
Agora digam-me lá, Mas isto não é de loucos? Isto não é alucinação?
Então diz que viu são José com o Menino. Mas estamos a brincar?
Então Jesus não foi alguém que nasceu, fez a sua vida como nós, foi homem de carne e osso? Será que quando ele morreu voltou outra vez a menino? E então a vida dele que é narrada na bíblia não conta para nada? Mata-se assim a memória de Jesus?
Jesus não foi um homem como nós?
Depois já diz que viu nosso senhor que parecia abençoar o mundo como são José. Até me enojam estas coisas, digo sinceramente.
Confunde-se tudo. Mete-se no mesmo saco, Nosso Senhor, o são José, o Menino, e para cúmulo, até se diz que afinal nossa senhora até era parecida umas vezes com nossa senhora das dores, e outras vezes com nossa senhora do Carmo. Afinal quantas nossas senhoras existem?
Já se perguntaram porque é que ela nunca foi entrevistada por um jornalista idóneo?
Já viram que ela não podia falar com ninguém, a não ser na presença do seu líder espiritual?
De que é que eles tinham medo?
porque é que ela foi enclausurada, e não pôde ter contacto com a sociedade civil, a não ser com a presença de um padre?
Afinal estão assim tão seguros da credibilidade da mensagem, que tiveram de prender a Lúcia desde criança, e guardá-la numa redoma de vidro até à sua morte?
E porque é que os supostos segredos foram todos revelados depois das coisas acontecerem? Assim, até eu adivinhava!
Este tipo de catequeses são sem dúvida a principal causa de ateísmo. Porque bastará vermos as coisas com um pouco de frieza e racionalidade, e aproveitar os conhecimentos e a inteligência que felizmente nos tem permitido chegar cada vez mais longe, para percebermos que é completamente impossível haver aparições de nossa Senhora, seja em Fátima, seja em Lourdes, seja a onde for.
Os líderes religiosos só não o dizem abertamente, porque isso levaria a que terminassem os seus privilégios e grande parte das suas fontes de receita.
À muitos padres que sabem perfeitamente que Fátima é uma mentira. E não o dizem porque sabem que depois disso vão sofrer as consequências. Mas eu que apesar de ser católico, não tenho nenhuma ligação pastoral com a igreja, posso dizer abertamente que Fátima é uma mentira, uma vergonha, e um enorme equívoco, e fundamento esta minha opinião.
Aliás, a esse respeito, convém dizer que Fátima, mesmo para os católicos não é um dogma, ou seja, é possível, sob o ponto de vista do direito canónico, ser católico, receber todos os sacramentos e mesmo assim não acreditar em Fátima.
Só que, o problema é que hoje Fátima, e no fundo todas as aparições representam para as diferentes igrejas, um rentável negócio eclesiástico. E como é evidente, nenhuma delas está disposta a abdicar dos milhões e milhões de euros que caiem todos os anos em cada santuário.
Fazem ideia dos milhões que Fátima dá por ano? E tudo quase exclusivamente graças ao sofrimento e ao desespero das populações?
Por isso é que a nova igreja da santíssima trindade custou 90 milhões de euros, e o reitor do santuário teve a distinta lata de dizer que a obra foi paga a pronto.
Em Portugal, nenhuma empresa tinha arcaboiço para isso, mas a Igreja, através das receitas que caiem em Fátima tem.
Olhemos para a vida do Jesus histórico, esta sim é fascinante, entendamo-la e tentemos pô-la em prática. Jesus nunca se preocupou com essas coisas, sempre andou pelas cidades a libertar as pessoas da opressão, porque quando se diz que ele expulsava os demónios das pessoas, é uma forma poética de dizer que ele as libertava, e faziam com que gradualmente elas fossem mais solidárias, mais fraternas, mais preocupadas com os outros.
É esse Jesus que me encanta e que eu gosto. E enquanto a igreja católica se mantiver nestes cultos das promessas, dos centros comerciais do sofrimento, como é o caso de Fátima, muito mais gente se vai afastando.
Eu tenho esperança que possamos ter uma revolução na igreja, e ajudar a que as pessoas sejam mais felizes e solidárias, e não continuem a ser sofredoras, fechadas em si próprias.
Mas o tempo está a esvanecer-se, eu não me identifico com este estado de coisas. Hoje quase que sou católico por afinidade, mas neste período da história, fazia falta uma igreja que não se preocupasse com o dinheiro, que nos apresentasse a vida de Jesus histórico, como sendo a maior dádiva de Deus vivo, um Deus de amor, de Paz, um Pai na verdadeira ascensão da palavra.
À algum pai ou mãe que faça aos filhos aquilo que nos é relatado na mensagem de Fátima?
Se houver, ele tem de ser imediatamente preso e internado, porque isso é muito violento, não se faz nem a um inimigo quanto mais a um filho.
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